ROMA ? Neste domingo, mais de nove milhões de italianos são aguardados nas urnas para decidir o segundo turno das eleições municipais, iniciado nesta manhã. A votação vem sendo considerada um teste para a popularidade do primeiro-ministro, Matteo Renzi, cujo partido se vê em desafiadoras disputas em diversas cidades. Em Roma, a jovem advogada Virginia Raggi, do Movimento 5 Estrelas (M5S), poderá substituir o Partido Democrático (PD) de Renzi na prefeitura da capital italiana. italiaeleicoes
No total, 126 cidades realizam eleições hoje, incluindo Milão, Nápoles e Bologna. Os colégios eleitoras abriram às 07h e fecharão apenas às 23h. O primeiro turno foi realizado no dia 5 de junho, em uma votação desapontadora para o Partido Democrático (PD).
Em Roma, Virginia Raggi, cujo partido foi fundado pelo humorista e político Beppe Grillo, obteve 35,2% dos votos no primeiro turno. Agora, ela disputará o cargo de prefeita com Roberto Giachetti, do partido de Renzi. Em sua campanha, a candidata promete combater a corrupção e os privilégios. Se for eleita, ela será a primeira prefeita mulher de Roma.
O Partido Democratico (PD) também se vê em dificuldades em Turim, onde outra jovem candidata do M5S poderá ser a vencedora. Na cidade de Bologna, se espera um duelo entre a esquerda e a direita: o PD disputa contra uma liga anti-imigração do Norte do país.
Já em Milão, capital econômica da Itália, uma disputa apertada colocou Giuseppe Sala, do PD, contra o rival de centro-direita Stefano Parisi ? eles tiveram, respectivamente, 38,5% e 38,4% dos votos. Esta é a considerada a disputa mais significativa para Renzi, que vem apoiando publicamente a campanha de Sala.
Enquanto isso, em Nápoles a candidata de Renzi nem sequer se classificou para o segundo turno. O atual prefeito napolitano, o independente Luigi De Magistris, poderia ganhar mais uma eleição. O político atípico anunciou na sexta-feira a fundação de um novo movimento de esquerda após as eleições.
Nas últimas semanas, Renzi vem tentando minimizar o impacto de possíveis maus resultados do seu partido nas eleições municipais. O premier assegura que seu único objetivo é o sucesso do referendo sobre a reforma constitucional em outubro ? e já anunciou que, caso perda a consulta, se demitirá do cargo. Renzi vem sendo pressionado pela fragmentação do seu partido, e resultados negativos podem intensificar a tensão política.
Enquanto isso, o M5S, fundado em 2009, segue avançando na política italiana com suas denúncias sistemáticas da corrupção. Em 2013, o partido se converteu no segundo partido da Italia, com 25% dos votos nas legislativas.