RIO – Pelo segundo dia consecutivo, a Polícia Militar faz operações para localizar o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como ?Fat Family?, e os bandidos que o resgataram no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Nesta terça-feira, de acordo com o comando da PM, policiais de 18 batalhões e equipes do Comando de Operações Especiais (COE) estão em várias comunidades do Rio e da Baixada Fluminense, desde o início da manhã desta terça-feira. Entre os batalhões envolvidos, estão o 6° BPM (Tijuca), que está operando no acesso ao Morro do Borel; o 2º BPM (Botafogo), na comunidade Santo Amaro; e o 23º BPM (Leblon), na Cruzada São Sebastião e no acesso ao Morro dos Tabajaras. Já equipes do COE estão em Manguinhos.
Nesta segunda-feira, a polícia mobilizou homens de 23 batalhões para encontrar os responsáveis pelo resgate, após negligenciar um alerta de que bandidos se organizavam para resgatar o traficante. Resgate – 20/06
A ação da madrugada do último domingo, que teve vários criminosos envolvidos, resultou na morte de Ronaldo Luiz Marriel de Souza, filho de um oficial da Marinha que chegava na unidade para atendimento em companhia de um amigo Policial Militar. O PM e um enfermeiro também foram atingidos por tiros e estão internados na unidade. O estado de saúde do policial é estável, já o profissional de saúde está em estado grave.
ALERTA SOBRE RESGATE
Na última quinta-feira, a Delegacia de Combate às drogas (Dcod) havia enviado um alerta sobre o plano do tráfico através de um documento oficial à Polícia Militar e à secretaria de Segurança Pública. A secretaria confirmou ter recebido as informações e repassado ao 5º BPM (Praça da Harmonia), responsável pela área.
? Tínhamos uma informação bem genérica, que não detalhava, como tantas outras que nós recebemos todos os dias. Nós reforçamos o policiamento. Na sexta-feira, tentamos remover este elemento do hospital, não conseguimos, mas nós tínhamos um reforço. Não temos condições de, a cada informe que recebemos, colocar 30, 40, 50 policiais militares para tomar conta de determinada situação ? disse o coronel Luiz Henrique Marinho Pires, subchefe do Estado Maior da Polícia Militar, durante uma reunião de emergência convocada pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, na tarde do domingo.
O coronel informou que havia cinco PMs no Souza Aguiar: um na portaria e quatro no setor de custódia do hospital. De acordo com Marinho Pires, normalmente são usados de um a dois PMs nestes casos. Ele ainda afirmou que, após receber a denúncia, a corporação teria tentado transferir o paciente para outra unidade de saúde, mas foi impedida por conta do estado de saúde de Fat Family.
? Tentamos removê-lo, mas ele precisava passar por uma cirurgia no local. É um problema antigo, os hospitais não têm estrutura para receber esses elementos. Tem que haver um hospital próprio para receber esses elementos. Medidas devem ser tomadas ? disse.
Após a reunião, realizada no Gabinete de Gestão de Crise do Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova, Beltrame anunciou que vai pedir que o Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro, em Bangu, passe a ser o único centro de referência para receber presos no estado do Rio.
O traficante Fat Family, que foi preso há uma semana, estava internado devido a um ferimento no rosto causado durante um confronto com a polícia. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que ele estava em liberdade desde 28 de abril de 2016, por força de absolvição, concedida judicialmente. Ele havia sido preso em agosto 2011.
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