DUBAI – Os planos de privatizações da Arábia Sauditam, que incluem uma oferta pública inicial (IPO) de ações da maior companhia petroleira do mundo, a Saudi Aramco, representam as maiores oportunidades de investimento bancário em mercados emergentes, segundo o Citigroup.
saudita_2905A implementação do projeto governamental de reestruturar a economia ? conhecido como ?Visão 2030? ? ?poderia se traduzir em uma fantástica carteira para os bancos de investimento?, apontou o chefe de investimentos bancários para o Oriente Médio da instituição, Omar Iqtidar, em entrevista à Bloomberg.
? Nós estamos vendo o impulso pegar, com os céticos cada vez mais convertidos em crentes na reestruturação ? sustentou o economista.
O vice-príncipe herdeiro do reino, Mohammed bin Salman, supervisiona a implementação de medida econômicas que pretendem reduzir a dependência da Arábia Saudita do petróleo diante da forte desvalorização das cotações do barril desde 2014. O país planeja a IPO da estatal Aramco, o que pode valorizar a companhia em mais de US$ 2 trilhões, segundo o príncipe.
A abertura de capital da petroleira é parte da estratégia de criar uma fundo soberano que eventualmente controlará mais de US$ 2 trilhões e fomentará a renda de investimentos. O país também busca desmembrar a estatal de energia Saudi Electricity Co. em quatro companhias geradoras de energia independentes.
PAPEL SAUDITA
Os bancos globais de investimento estão disputando para assessorar o governo no processo de implementação, desde empréstimos soberanos a IPOs. O JP Morgan & Chase e Michael Klein, ex-banqueiro do Citigroup que controla sua própria empresa, foram selecionados para acompanhar a abertura da Aramco, disseram fontes próximas ao assunto em abril. A Bolsa de Valores da Arábia Saudita, a maior no Oriente Médio e Áfica, contratou a unidade saudita do HSBC para assessorar sua IPO, programada para 2018.
No ano passado, o Citigroup ganhou a aprovação para negociar ações sauditas, sua primeira licença desde que saiu do país em 2004, segundo informações de fontes em setembro. O banco está investindo diretamente em companhias listadas na Bolsa saudita após o mercado acionário abrir para investimento estrangeiro direto em junho do ano passado.
O banco vendeu sua fatia de 20% no Saudi American Bank, agora conhecido como Samba Financial Group, para o Fundo de Investimento Público por US$ 760 milhões em 2004, encerrando um negócio que ajudou a formar em 1955. Agora, o banco conquistou um papel de assessor em alguns dos maiores negócios do país, incluindo a aquisição da unidade de plásticos da General Electric pela Saudi Basic Industries por US$ 11,6 bilhões em 2007. Além disso, o banco também participou do empréstimo de US$ 10 bilhões da Saudi Aramco em 2015.
QUEDA DO PREÇO DO PETRÓLEO
O recuo de mais de 50% no valor do barril de petróleo desde meados de 2014 tem pressionado governos na região do Oriente Médio a mergulhar em popuanças antigas, estimular empréstimos e cortar gastos, o que desacelera o crescimento econômico. Isso tornou ativos regionais mais baratos, com índice de referência da Arábia Saudita 33% menor frente a um ano atrás.
As transações de fusão e aquisição na África e no Oriente Médio caíram 43% este ano a US$ 17,8 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. O Citigroup é o terceiro maior assessor financeiro da região para esses tipos de operações este ano, de acordo com as informações.
? Fusões e aquisições regionais podem não parecer muito ativas em termos de negócios anunciados, mas o canal é muito forte e há muitos acordos acontencendo ? afirmou Iqtidar, acrescentando que o Banco também busca melhora significante nas taxas. ? Arábia Saudita, Kuwait e Egito oferecem as oportunidades mais animadoras entre os setores, mas os mais notáveis são na área downstream (transporte, distribuição e comercialização) de petróleo, gás e petroquímicos, com saúde e produtos ao consumidor no setor privado.