Cotidiano

Mulheres fazem protesto no Centro do Rio contra estupro

IMG_0489.jpgRIO – Cerca de cem mulheres realizam uma manifestação contra o estupro no Centro do Rio, na tarde desta quarta-feira. Munidas de cartazes e instrumentos musicais, elas gritam palavras de ordem. O ato, que é pacífico, é acompanhado pela Polícia Militar, e foi motivado pelo estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos em uma comunidade na Zona Oeste do Rio. Estupro – 01/06

– Enquanto dependermos de mais estupros para que as mudanças avancem lentamente, estamos perdidos. O machismo é recorrente. Na (Unirsidade) Rural, na terça-feira, teve mais um caso de estupro. – disse a estudante de serviço social da UFRJ, Natalia Roberta Barbosa, que acha um avanço as medidas aprovadas pelo Senado, mas acredita que deveriam ser mais severas: – Acho pouco.

Muitas mulheres pintaram o rosto com o símbolo de Vênus, que representa o sexo feminino, e carregam cartazes com mensagens como ?machismo mata”, “diga nao a cultura do estupro”, “ver pornô é assistir a estupro”, e “a culpa nunca é da vitima”. Elas também repetiram dezenas de vezes uma frase dita pela vítima do estupro coletivo na Zona Oeste: “Quando acordei tinha 33 homens em cima de mim”.

– Vim lutar por todas as mulheres. Nenhuma merece passar pelo que essa jovem passou. Ninguém merece ser vítima de abuso só porque é mulher – disse a estudante Maria Eduarda Luporini.

Na terça-feira, o Senado Federal aprovou, por unanimidade e em prazo recorde, um projeto de lei que altera o Código Penal para aumentar a pena para o crime de estupro praticado por duas pessoas ou mais. A proposta, além de agravar a punição, tipifica o crime de estupro coletivo, que, atualmente, não é previsto na legislação.

O projeto aprovado, que ainda será analisado pela Câmara dos Deputados, pode ampliar em dois terços a pena máxima para casos em que a vítima tem 14 anos ou menos: hoje, chega a 15 anos de reclusão. Com a proposta, poderá ser de até 25 anos de cadeia. No caso de morte da vítima, como já acontece na lei atual, a proposta prevê 30 anos de reclusão.

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