RIO ? As movimentações em busca de alianças para o segundo turno já começaram e, por enquanto, a maior parte dos partidos derrotados na eleição para a prefeitura do Rio caminha para a neutralidade. PMDB, PDT e DEM, que apoiaram Pedro Paulo, e PSDB, que lançou Carlos Osorio, devem liberar os filiados.
A tendência do PMDB e dos partidos que apoiaram Pedro Paulo é liberar seus quadros e não declarar apoio nem a Marcelo Crivella (PRB) nem a Marcelo Freixo (PSOL) no segundo turno das eleições para a prefeitura do Rio.
Ressaltando que ainda vai consultar o partido, o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, afirmou que defende a neutralidade no segundo turno:
? A minha posição pessoal é de não apoiar nenhum dos dois candidatos ? disse Picciani, logo após o anúncio do resultado do primeiro turno.
Ontem, Pedro Paulo, também sinalizou que não apoiará nenhum dos candidatos, citando ?incompatibilidades?.
O PDT, que indicou Cidinha Campos como vice de Pedro Paulo, deve acompanhar o PMDB:
? O caminho da maioria é liberar. Ainda vamos fazer reunião, mas é muito difícil. O povo fez uma opção que não era a gente ? afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Esse também deve ser o caminho do DEM:
? Ainda não conversamos internamente. Minha opinião é que (o partido) deve dar liberdade a todos para decidirem individualmente ? afirmou o vereador Cesar Maia (DEM).
O caminho mais provável do PSDB também é liberar os filiados. A decisão formal será comunicada ao longo da semana, após conversas entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido, o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), o deputado estadual Luiz Paulo e o candidato derrotado, Carlos Osorio. Caso a legenda opte por Crivella, caminho visto hoje como improvável, o apoio será ?discretíssimo?, segundo um integrante do partido. Os tucanos aumentaram a bancada na Câmara de Vereadores ? passando de um para três, dois deles ligados a Osorio ? e têm receio de que um apoio formal provoque rejeição, especialmente nas faixas de maior renda, em que o candidato tucano teve um desempenho avaliado como positivo. Um eventual apoio ao PSOL não foi oficialmente descartado, mas a hipótese ficou ainda mais remota depois do discurso de Freixo após a vitória, em que classificou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff de ?golpe?.
? Ainda é cedo, acabamos de sair da eleição. A decisão será tomada no máximo até o início da semana que vem. O PSDB tem uma visão de mundo bastante diferente do PSOL, que está à esquerda do PT ? disse Osorio.
No PSD, o apoio a Freixo é visto com mais simpatia, de acordo com integrantes da campanha de Indio da Costa. O entrave, por enquanto, é a nacionalização da campanha. O discurso do candidato do PSOL também não foi bem avaliado, já que o PSD integra a base do governo federal e não quer se associar ao ?Fora, Temer?. O grito foi entoado ontem pelos militantes do PSOL que assistiam ao discurso de Freixo.
O PSC ainda não definiu oficialmente a posição, mas o candidato derrotado, Flávio Bolsonaro, já anunciou que fará campanha contra Freixo.