ARGEL – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderia decidir, em sua reunião de novembro, uma redução da produção de petróleo maior do que a combinada no mês passado na Argélia se os países membros julgarem necessário, informou o ministro de Energia argelino, Nouredine Bouterfa. Fontes do grupo e o ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, também confirmaram que, na próxima semana em Istambul, haverá conversas informais sobre a produção de petróleo.
? Vamos avaliar o mercado em Viena no final de novembro e se 700 mil barris não são suficientes, vamos aumentar. Agora que a Opep está unificada e fala uma mesma voz, tudo é muito mais fácil e, se tivermos que cortar em 1%, cortaremos 1% ? afirmou Bouterfa à Ennahar.
Dentro da Opep, a Argélia é uma dos integrantes mais radicais com relação aos preços e esta é a primeira sugestão de um possíbel declínio adicional na produção. Antes da reunião de Argel, Bouterfa havia pressionado para que a extração petroleira do grupo fosse reduzida em 1 milhão de barris por dia para estabilizar os preços.
Novak adiantou que planeja se reunir com o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, em Istambul, segundo a agência de notícias russa RIA. O ministro disse que prevê discutir com seus pares de outros países petroleiros sobre o acordo de produção alcançado recentemente.
O ministro venezuelano de Petróleo, Eulogio del Pino, informou que estará presente no encontro na Turquia e disse que as autoridades correspondentes de Argélia, Gabão, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Rússia. A Venezuela, cuja crise econômica se aprofundou com a queda do preço do petróleo, exerceu forte pressão nos debates sobre possíveis cortes de produção da commodity.
A Opep acordou na semana passada um limite para sua produção de petróleo e busca obter a cooperação de países que não fazem parte do cartel, como a Rússia, para que adotem as medidas a fim de recuperar as cotações dos barris de petróleo.
Em Istambul não há previsão de qualquer decisão, informaram as fontes do grupo, mas a reunião será uma oportunidade para que as autoridades discutam o passo seguinte da reunião da semana passada.
Os produtores concordaram em reduzir o bombeamento em cerca de 700 mil barris por dia (bpd), para uma faixa entre 32,5 milhões a 33 milhões de unidades diárias ? o primeiro corte desde 2008. A Opep estima que a produção atual alcance 33,24 milhões de bpd.