RIO ? A venda a prazo no Dia das Crianças, segunda data mais lucrativa para o varejo no segundo semestre, teve queda de 9,02% em comparação com o ano anterior, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O dado representa o terceiro ano consecutivo de retração. Ainda assim, o recuo verificado pelo indicador foi menos intenso do que em outras datas comemorativas neste ano como Dia das Mães (16,40%) e Dia dos Namorados (15,23%).
Em 2015, as vendas no Dia das Crianças registraram uma variação negativa de 8,95% ? queda correspondente a observada neste ano ? e em 2014, retração de 1,50%. Em anos anteriores, os resultados foram positivos, mas em desaceleração: crescimento de 8,5% (2010), 5,91% (2011), 4,83% (2012) e 3,15% (2013).
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a diminuição do poder de compras do brasileiro é consequência da crise econômica, do acesso mais difícil ao crédito, da elevação dos juros e da inflação mais alta. ?Os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas, por isso optaram por presentes mais baratos e geralmente pagos à vista”, explica Pinheiro.
De acordo com um levantamento do SPC Brasil, os presentes mais procurados seriam roupas (42,8%), bonecos e bonecas (36,5%) e jogos educativos (24,8%). O gasto médio girava em torno de R$ 222,00.
A advogada Alba Lima, mãe de três filhos, Manuela, Isadora e Guilherme, revelou que as mudanças na situação financeira da família afetaram diretamente na compra dos presentes das crianças.
? Diferente dos anos anteriores, não consegui comprar nada para as crianças. Estou desempregada e o pai dos meus filhos também. Realmente não tínhamos condições de gastar com presentes ? disse ela.