OESTE

Metanol: Toledo tem a 1ª hospitalização de caso suspeito de intoxicação

Entenda a crescente preocupação com o metanol e os casos de intoxicação que surgem em Toledo e Foz do Iguaçu - Foto: Divulgação
Entenda a crescente preocupação com o metanol e os casos de intoxicação que surgem em Toledo e Foz do Iguaçu - Foto: Divulgação

Paraná e Toledo - Os casos de intoxicação por ingestão do metanol – que passaram a preocupar as autoridades de saúde em todo país – estão aumentando desde o fim de semana. Nesta segunda-feira (6), a Prefeitura de Toledo confirmou o primeiro caso suspeito na cidade e o segundo da Região Oeste, já que ainda no sábado (4), um caso suspeito também apareceu na cidade de Foz do Iguaçu. Além destes, existem ainda quatro casos suspeitos e dois casos confirmados.

A vítima em Toledo é um homem de 27 anos que foi internado na manhã desta segunda-feira (6) no Hoesp/Hospital Bom Jesus. O paciente, de 27 anos, apresentava sintomas de náusea, dor de cabeça e dor abdominal e relatou que ingeriu bebidas alcoólicas em uma conveniência no domingo (5), sendo que os sintomas começaram ainda na mesma noite. O hospital notificou o  CIATox/PR (Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná), sobre a suspeita para que a investigação da intoxicação seja realizada.

A Secretaria Municipal de Saúde de Toledo acompanha o caso e disse que primeiramente ele foi atendido no PAM (Pronto Atendimento Municipal Dr. Jorge Milton Nunes) e que o paciente relatou que no domingo (5) havia consumido bebida destilada e cerveja em um estabelecimento, além de ter comprado uma garrafa de bebida no local e consumido em casa. Ele recebeu atendimento conforme protocolo para intoxicação por substância alcoólica e, no início da manhã, foi transferido para o hospital apresentando melhora no quadro clínico.

A secretaria orienta que pessoas que ingeriram bebida destilada e apresentem persistência ou piora dos sintomas entre seis e 72 horas após a ingestão, como náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia intensa, confusão, vertigem, alteração visual ou dilatação das pupilas, busquem atendimento médico imediatamente.

Procon

Em seguida, o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) de Toledo emitiu, em conjunto com o Procon Paraná e o Fórum dos Procons Paranaenses, uma recomendação administrativa aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas na cidade. O documento orienta bares, restaurantes, distribuidoras e demais comércios a reforçarem os cuidados na compra e venda de bebidas, garantindo a procedência e a regularidade dos produtos.

Segundo o Procon, as bebidas devem ser adquiridas apenas de fornecedores formais, com nota fiscal válida, rótulo legível, lote identificado e informações do fabricante ou importador. Práticas como recondicionamento ou transvasamento de bebidas são proibidas e aumentam o risco de adulteração e alerta que “preços muito abaixo do mercado, lacres violados, rótulos de má qualidade ou odor suspeito são sinais de possível fraude. Nessas situações, não devem ser feitos testes caseiros, como cheirar, provar ou acender o líquido”.

Paraná

A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) do Paraná atualizou, nesta segunda-feira (6), as informações sobre os casos suspeitos e confirmados no Estado. Até o fechamento desta edição, o Paraná registrava dois casos confirmados dessa intoxicação exógena, ambos em pacientes residentes de Curitiba, dois homens de 60 e 71 anos, que seguem internados em hospitais da Capital. Outros quatro casos permanecem em investigação: um homem de 36 anos, de Curitiba; uma mulher de 31 anos, de Foz do Iguaçu; um homem de 19 anos, de Cruzeiro do Oeste; e um homem de 37 anos, de Maringá. A mulher de Foz do Iguaçu já teve alta hospitalar.

As amostras biológicas foram coletadas e seguem em análise laboratorial para confirmação ou descarte da suspeita. Os exames estão sendo realizados pela Polícia Científica do Paraná, a partir de solicitação da Sesa, conforme protocolo estabelecido no Estado.

A Sesa já emitiu uma nota técnica para todas as Regionais de Saúde alertando sobre monitoramento e necessidade de alerta compulsório.

Antídoto

Neste fim de semana, o Ministério da Saúde enviou ao Paraná 160 ampolas do antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol, que consiste em etanol farmacêutico. O produto é encaminhado diretamente ao hospital que está atendendo o caso notificado pelo Estado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional. Cada caso é avaliado individualmente, com base em critérios clínicos e laboratoriais, para definir a quantidade necessária de antídoto. O protocolo prevê uma dose inicial, chamada de “dose de ataque”, calculada conforme o peso do paciente, e uma dose de manutenção, que pode se estender de algumas horas até 24 horas.