RURAL

Puxada pela China, receita com exportação de carne bovina atinge US$ 10,8 bilhões

Descubra os resultados expressivos da carne bovina brasileira em agosto de 2025, com um crescimento nas exportações impressionante - Foto: ABRAFRIGO
Descubra os resultados expressivos da carne bovina brasileira em agosto de 2025, com um crescimento nas exportações impressionante - Foto: ABRAFRIGO

Brasil - O setor de carne bovina brasileiro voltou a registrar resultados expressivos em agosto de 2025. Segundo dados divulgados pela Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), que compilou informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Brasil alcançou o segundo melhor desempenho do ano em exportações, tanto em volume quanto em receita.

No oitavo mês do ano, as exportações somaram US$ 1,669 bilhão, com a movimentação de 359.418 toneladas de carne bovina e seus derivados. Os números representam um crescimento de 19% no volume embarcado e de 49% na receita obtida em comparação com agosto de 2024, quando o setor havia registrado US$ 1,122 bilhão em divisas e 301.733 toneladas exportadas.

Os dados englobam não apenas a carne bovina in natura, que concentra a maior parte dos embarques, mas também produtos industrializados, miudezas comestíveis, sebo bovino e outros subprodutos. Esse conjunto de itens demonstra a diversidade da cadeia produtiva e o papel relevante do Brasil como fornecedor global de proteína animal.

EUA reduz

Apesar do resultado geral positivo, o desempenho com os Estados Unidos chamou atenção. Em agosto, as vendas de carne bovina in natura e industrializada para o mercado norte-americano recuaram 46% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A queda está diretamente ligada às tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida que afetou a competitividade do setor e fez o Brasil perder o posto de segundo maior destino da carne bovina in natura exportada pelo país.

Mesmo assim, os Estados Unidos ainda figuram entre os principais clientes quando se consideram todos os produtos da cadeia. Com a soma de itens como sebo bovino, o país manteve a posição de segundo maior destino das exportações brasileiras do setor em agosto, totalizando US$ 136,4 milhões em compras.

Se os Estados Unidos reduziram sua participação, o mesmo não pode ser dito da China, que segue como o grande motor das exportações brasileiras de carne bovina. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, o gigante asiático ampliou significativamente suas compras e se consolidou ainda mais como o principal parceiro do Brasil no segmento.

De janeiro a agosto, as exportações totais de carne bovina geraram ao Brasil US$ 10,84 bilhões em receitas cambiais, um crescimento de 34% em comparação ao mesmo período de 2024. O volume embarcado chegou a 2.414.573 toneladas, alta de 19%.

Apenas a China respondeu por quase metade desses resultados. Entre janeiro e agosto de 2025, os embarques para o país somaram US$ 4,969 bilhões, avanço de 41,2% em relação aos US$ 3,520 bilhões registrados em igual período do ano anterior. Em volume, o crescimento também foi expressivo: de 796.781 toneladas em 2024 para 948.446 toneladas em 2025, o que corresponde a uma alta de 19%.

Crescimento em outros mercados

Além da China, outros mercados também se destacaram no desempenho do setor. Os Estados Unidos, apesar do recuo em agosto, apresentaram saldo positivo no acumulado do ano. De janeiro a agosto de 2025, as exportações brasileiras para aquele país somaram 557.168 toneladas, aumento de 66,5% em relação às 334.535 toneladas do mesmo período de 2024. A receita também avançou fortemente: US$ 1,605 bilhão, alta de 73,2% frente ao ano anterior.

Na terceira posição entre os principais compradores aparece o Chile. Entre janeiro e agosto, o país importou 80.457 toneladas, crescimento de 18,2% em comparação às 68.259 toneladas do mesmo período de 2024. Em valores, as compras passaram de US$ 321,7 milhões para US$ 440,3 milhões, alta de 36,9%.

Outro destaque foi o México, que registrou uma expansão significativa. O volume de carne bovina importado saltou de 27.065 toneladas em 2024 para 81.064 toneladas em 2025, avanço de 199,5%. A receita mais que triplicou, passando de US$ 123,2 milhões para US$ 439,8 milhões, o que representa um crescimento de 256,9%.

A Rússia também ampliou sua participação. As compras passaram de 56.601 toneladas em 2024 para 74.248 toneladas em 2025, alta de 31,2%. Em valores, a receita cresceu de US$ 196,4 milhões para US$ 317,5 milhões, aumento de 61,6%.

Expansão global

De acordo com a Abrafrigo, ao todo, 132 países aumentaram suas compras de carne bovina brasileira no acumulado de janeiro a agosto de 2025, enquanto outros 42 reduziram a demanda. O saldo, no entanto, é amplamente positivo e reforça o papel do Brasil como protagonista no mercado global de proteína vermelha.

Com um cenário de demanda aquecida, especialmente na Ásia, e a expansão das vendas para mercados da América do Norte e da América Latina, a expectativa do setor é que 2025 feche como um dos anos de maior desempenho das exportações de carne bovina brasileira, consolidando o país como um dos principais fornecedores mundiais.