RIO – Após mais de 50 anos, o cantor e compositor Paul McCartney decidiu entrar com um processo contra a gravadora Sony para recuperar os direitos autorais dos sucessos dos Beatles entre os anos de 1962 e 1971.
Os direitos comerciais de muitas das canções escritas em conjunto com John Lennon ? como “Love Me Do”, “Hey Jude”, “Let It Be” e “Yesterday” ?, acabaram ficando com uma série de gravadoras, prática comum na época. Em 1985, os direitos foram comprados por Michael Jackson, por US$ 47,5 milhões. Após a morte do Rei do Pop, as canções acabaram indo para a Sony.
Ao entrar com a ação, os advogados do ex-Beatle argumentaram que, de acordo com a legislação americana sobre os direitos autorais, os direitos das obras produzidas antes de 1978 devem retornar a seus criadores depois de 56 anos. Coincidentemente, as primeiras canções compostas por Paul e John completam essa idade em 2018.
O processo, no entato, só deverá terminar em 2026, quando todas as músicas serão recuperadas. Isso, claro, se a Sony cumprir o combinado.
Temendo que seu caso acabe como o do grupo britânico Duran Duran, que em uma disputa judicial de características semelhantes contra a Sony perdeu a tentativa de recuperar os direitos de suas músicas, McCartney decidiu finalmente processar a gravadora. A falta de uma confirmação oficial de que tais prazos serão cumpridos também motivaram o cantor a abrir a ação.
Em resposta, a Sony declarou respeitar o artista, ainda que esteja “decepcionada” com esta desição, considerada “desnecessária e prematura”, informou a “Variety“.
“Trabalhamos próximos durante décadas, tanto com Paul como com os herdeiros de John Lennon, morto há 36 anos, para proteger, preservar e promover o valor dos catálogos. Estamos decepcionados que tenham apresentado esta reivindicação, que achamos que é desnecessária e prematura”, disse a Sony.