SAÚDE

Após 90 dias, PR encerra estado de alerta para as síndromes respiratórias

Paraná saiu do estado de alerta por SRAGs, com ações eficazes que aumentaram a cobertura vacinal contra a gripe -  Foto: Gilson Abreu/ANPr
Paraná saiu do estado de alerta por SRAGs, com ações eficazes que aumentaram a cobertura vacinal contra a gripe - Foto: Gilson Abreu/ANPr

Paraná - O Paraná saiu oficialmente do estado de alerta que havia sido instituído por meio da Resolução da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) nº 1.014/2025 para os casos de SRAGs (Síndromes Respiratórias Agudas Graves). A informação foi confirmada pelo secretário da pasta, Beto Preto, nesta semana, após uma nova análise dos dados, que demonstraram uma queda na circulação dos vírus. O alerta durou 90 dias.

Neste período, diversas ações foram realizadas para minimizar os agravamentos das doenças e aumentar a cobertura vacinal contra a gripe na população paranaense. Segundo o secretário, apesar da gravidade da situação, que levou ao alerta, a estratégia adotada pela Sesa apresentou bons resultados. “Tivemos diversos momentos tensos, mas podemos destacar que deu certo. O Paraná foi o único Estado do Sul e Sudeste que não entrou em estado de emergência em saúde pública por conta das síndromes respiratórias e devemos isso ao apoio dos municípios nas ações”, disse.

Além de iniciar a vacinação antes do restante do país, abrindo a imunização no dia 1º de abril, a Sesa também viabilizou a abertura de 204 leitos, entre clínicos e de UTIs, para adultos e de pediatria, com o objetivo de ampliar o atendimento hospitalar no Estado. Destes leitos, 132 seguem integrando a rede estadual. Também como medida de combate, a Sesa adquiriu 100 mil testes rápidos do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) para detecção de Influenza A, B e Covid-19.

Vacinômetro Nacional

Segundo os dados do Vacinômetro Nacional, desde o início da vacinação, o Paraná já registrou 3.643.187 doses contra a Influenza aplicadas, num percentual de 54,35% de cobertura vacinal dentro dos grupos prioritários: crianças, gestantes e idosos. A imunização ficou aberta para o público em geral, com o objetivo de atingir o maior número de paranaenses e de acordo com um levantamento da Sesa, os municípios possuem atualmente 150 mil doses em estoque.

A diferença entre o número de doses aplicadas no sistema do Ministério da Saúde e as doses em estoque dos municípios deve-se ao tempo entre a aplicação e a inserção dos dados na plataforma. Após o período mais crítico da circulação dos vírus respiratórios, o Paraná inicia agora um novo momento na vacinação contra a gripe. O Ministério da Saúde deverá enviar 100 mil novas doses ao Estado nas próximas semanas, e orienta que essas vacinas sejam destinadas exclusivamente aos grupos prioritários.

“Vacinar a população em geral foi uma estratégia que deu certo porque contamos com mais pessoas, mas na saúde não tem vitória completa, é trabalhar todos os dias. Por isso, nosso trabalho segue e agora iniciamos uma nova fase, nos grupos que mais precisam”, explicou o secretário.

Em todo ano epidemiológico de 2025 foram notificados 22.866 casos e 1.436 óbitos. Dos casos confirmados 3.279 foram de Influenza, 713 de Covid-19 e 6.958 de outros vírus respiratórios. Outros 9.659 registros foram de SRAG não especificada, 126 de outros agentes etiológicos e 2.131 seguem em investigação. Entre os óbitos, 404 foram por Influenza; 107 por Covid-19 e 30 de outros vírus respiratórios.

Cascavel recebe mais 2 mil doses e retoma vacinação

A Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel recebeu cerca de duas mil doses de vacinas contra a gripe. O imunizante estava em falta há cerca de um mês no município, por falta de repasse do Ministério da Saúde. Com o estoque abastecido, a aplicação será retomada já nesta sexta-feira (12), em todas as unidades de saúde de Cascavel. A vacina é liberada para toda a população acima de seis meses e evita o agravamento da doença. 

A vacinação nas unidades de saúde começa a partir das 8h e segue até 15 minutos antes do fechamento de cada unidade, sem fechar para o almoço, ampliando a possibilidade do cidadão garantir a dose. Além disso, as unidades Santa Cruz, Los Angeles, Neva e Nova Cidade atendem até 22h, com a rotina de vacinação já incorporadas nas atividades. 
A orientação é que o cidadão leve a carteirinha de vacinação para manter o documento atualizado, mas se não tiver, isto não será impedimento. Segundo dados do PMI (Programa Municipal de Imunização), das mais de 144 mil pessoas que formam o grupo prioritário,104 mil buscaram a dose, o que corresponde a 50,56%, abaixo dos 90% preconizado pelo Ministério da Saúde.

Idosos, crianças e gestantes que são os mais vulneráveis, seguem com imunização baixa. Os idosos, que somam mais de 52 mil pessoas na cidade, tiveram uma cobertura de apenas 54,88%. Entre as crianças, o índice é ainda mais preocupante: 46,69%. E o dado mais crítico envolve as gestantes: somente 16,70% foram imunizadas.