Brasil - Cascavel – “O velho não está bem”. A declaração de Carlos Bolsonaro, feita em referência ao estado de saúde de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ganhou contornos simbólicos justamente na semana da Independência do Brasil. O julgamento do ex-mandatário, que voltou a ocupar as manchetes, escancara não apenas a fragilidade de um líder político que arrastou milhões às ruas com a bandeira verde e amarela, mas também a própria condição de um país que parece cambalear entre crises institucionais, polarização e desânimo social.
O 7 de Setembro, data máxima do patriotismo nacional, surge em 2025 marcado por uma atmosfera de incertezas. O Brasil que proclamou sua liberdade em 1822 hoje se vê dividido: de um lado, um governo que se apresenta como restaurador da “normalidade democrática”; de outro, uma oposição que insiste em denunciar perseguição política e tentativas de silenciar vozes conservadoras, que forma a nova caricatura da temida ditadura. O mesmo grito que ecoou às margens do Ipiranga — “Independência ou morte!” — parece, para muitos, ressoar em meio à disputa atual, onde o desejo de soberania nacional se mistura com o clamor por justiça e liberdade de expressão na chamada “democracia relativa”.
A fala de Carlos Bolsonaro, carregada de intimidade e dor, pode ser lida também como metáfora: o “velho” não é apenas Jair, mas o próprio Brasil. Um país cansado de polarização, que enfrenta inflação, violência, desconfiança nas instituições e uma crise moral que mina a esperança do povo. Ainda assim, há quem veja no patriotismo do 7 de Setembro a centelha necessária para reacender o orgulho nacional e a luta por um futuro diferente.
Se em 1822 a figura emblemática é a de Dom Pedro I erguendo a espada para proclamar a independência, no gesto simbólico que ainda hoje provoca o sentimento patriótico na primeira infância nos bancos escolares, em 2025 milhões de brasileiros continuam erguendo a bandeira pela liberdade. A luta, agora, não é contra a coroa portuguesa, mas contra o risco de perder valores, liberdade e identidade. O Brasil pode estar “não bem”, mas é justamente nesses momentos de fraqueza que se mede a força de um povo.
Desfile de 7 de Setembro em Cascavel
Cascavel quer desfile de 7 de Setembro histórico
Cascavel – O verde e amarelo já tomou conta da região central de Cascavel, anunciando a chegada de mais um 7 de Setembro cheio de comemorações. Neste domingo, a partir das 8h30, a Avenida Brasil será palco da celebração. Inicialmente com recepção do Fogo Simbólico, acendimento da Pira da Pátria, execução do Hino Nacional Brasileiro, hasteamento das Bandeiras, revista da Tropa Militar e discurso de abertura.
Já às 9h começa o Desfile Cívico-Militar que encerra a Semana da Pátria, reunindo 12.613 mil inscritos entre escolas, instituições, forças de segurança e comunidade em celebração aos 203 anos da Independência do Brasil.
O tom da marcha será dado pela Banda da 15° Brigada de Infantaria Mecanizada e por outras nove fanfarras das escolas municipais, que irão se revezar ao longo da manhã, garantindo ritmo e animação para o desfile.
O desfile reunirá 63 instituições, com a participação de 7.693 pessoas a pé, 162 veículos, 95 motocicletas e 24 cavalos. A rede Municipal de Ensino terá destaque com 2.468 profissionais e 2.007 alunos, sendo 1.707 apenas do ensino fundamental. Desde o início da semana, ensaios estão sendo realizados nas escolas, preparando crianças e jovens para este momento cívico coletivo.
Para recepcionar o público, a Prefeitura de Cascavel montou uma estrutura completa, pensada para oferecer conforto, segurança e acessibilidade. Arquibancadas e tendas já estão montadas, e até o final deste sábado (6) devem ser concluídas as instalações do palanque oficial, banheiros químicos, incluindo unidades adaptadas, e demais pontos de apoio.
Com estrutura reforçada, atrações culturais, apresentações das escolas e a presença marcante das forças armadas, o desfile deste ano promete emocionar e encantar públicos de todas as idades. É a oportunidade perfeita para a comunidade se unir para celebrar os 203 anos da Independência do Brasil.