
A segunda safra de milho já está sendo colhida nas principais regiões produtoras (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, entre outros estados) e caminha para um recorde de produção. Segundo dados recentes do Rally da Safra, levantamento realizado pela Agroconsult em todo o Brasil, serão colhidas 123,3 milhões de toneladas de milho nessa temporada, volume 19,5% maior do que a segunda safra de 2023/2024. A “mãe de todas as safrinhas”, como está sendo chamada por especialistas, deixa reflexões e aprendizados para os agricultores brasileiros.
O clima foi um fator determinante para os bons resultados da temporada. No início do ano, com o atraso do plantio da soja e o subsequente atraso do plantio da safrinha, agricultores estavam apreensivos. “Isso significava que a chuva precisaria se prolongar entre abril e maio, se não, os resultados seriam abaixo do esperado. Mas tivemos ótimos índices pluviométricos em todas as regiões nessa época”, comemora Douglas Leme, gerente de Marketing e Cultivos para Milho na BASF Soluções para Agricultura, destacando a importância do planejamento para o sucesso dos agricultores.
Engana-se quem pensa que foi aumento de área plantada que ocasionou o aumento de produção nacional. Os dados da Agroconsult mostram que a produtividade bateu a marca de 113,8 sacas por hectare em média, um incremento de 13,1% em relação à safra passada, enquanto a área plantada cresceu 5,9%. “É importante avaliar esse dado porque ele nos mostra o quanto os agricultores brasileiros estão seguindo o desafio, com coragem e persistência, de produzir mais com menos área. E isso só é possível com investimento em novas tecnologias, cuidado e amor à agricultura”, avalia.
O levantamento da Agroconsult também destaca a sanidade das áreas. Algumas regiões, como o sul do Mato Grosso do Sul, chegaram a ter presença de cigarrinha em 47% das propriedades avaliadas. Mas foram as lagartas do cartucho e da espiga as principais pragas da temporada. Em regiões como o médio norte do Mato Grosso, foram encontradas em 79% das lavouras.
Na avaliação do gerente, a incidência dessas pragas mostra que os agricultores não podem deixar de lado o manejo preventivo para evitar maiores perdas. “Pragas de qualquer tipo precisam sempre ser combatidas no início do cultivo para que não criem grandes populações e afetem o desenvolvimento das plantas, prejudicando a formação de espigas. Sem contar nos insetos vetores que transmitem doenças, como os enfezamentos”, destaca.
Inovação em prol da agricultura brasileira
A safra 2024/2025 mostra que a escolha por híbridos de qualidade, bom tratamento de sementes, além do preparo do solo e do planejamento de plantio são essenciais para alcançar números de produtividade expressivos, bem como o manejo de daninhas, pragas e doenças. E para tudo isso, é necessário investimento em ferramentas capazes de enfrentar os maiores desafios do campo.
Para o pesquisador e professor Maurício Pasini, o agricultor precisa fazer uma “boa composição de manejo” com soluções que se complementem e alavanquem a produção. “Às vezes, investindo uma saca em uma boa ferramenta, ela vai retornar em três, até cinco sacas a mais. Temos que encarar as novas ferramentas, entender que elas vêm para nos ajudar e que elas fazem parte de um contexto de manejo. A inovação faz com que todos progridam”, afirma.