Cotidiano

Dilma: 'Mulheres não querem ser tratadas como fetiche decorativo'

RIO — Em uma conversa com usuários do Facebook nesta quinta-feira, Dilma Rousseff e o ex-ministro Juca Ferreira criticaram a extinção do Mnistério da Cultura (MinC). A presidente afastada também ironizou as sucessivas negativas de mulheres procuradas pela gestão interina de Michel Temer para assumir a Secretaria Nacional de Cultura.

“Acredito que as mulheres não querem ser tratadas como um fetiche decorativo. Ao contrário do que alguns pensam, as mulheres têm apurado senso crítico e, por isso, são muito sensíveis a todas as tentativas de uso indevido da sua condição feminina”, escreveu.

Em uma sessão de perguntas e respostas, ela esclareceu dúvidas de internautas. Um deles questionou se o fim do Ministério da Cultura representaria economia para os cofres da União. A presidente argumentou que a extinção do órgão é “demagogia”.

“O orçamento do Ministério da Cultura é irrisório em termos absolutos e se a gente compara com o Orçamento Geral da União, menos de 1%. E o que esses investimentos trazem de benefícios: fortalecimento da coesão social, melhoria da qualidade de vida, redução da violência, capacitação da sociedade para resolver os grandes desafios do século XXI, satisfação da condição humana dos brasileiros e brasileiras, e o desenvolvimento de economias importantes”.

Por fim, a presidente afastada também respondeu às acusações que as políticas do MinC seriam voltadas para iniciativas de equerda. Segundo ela, a ideologia não é critério para a aprovação de projetos em programas de fomento.

“As iniciativas culturais e artísticas da população, que são fomentadas pelo programa Cultura Viva, são manifestações tradicionais e contemporâneas, dando conta da diversidade cultural brasileira. Nada tem de partidarizado. As linhas de fomento e incentivo às artes, cinema, teatro, dança, são feitas sem nenhuma orientação ideológica ou política, baseada em critérios artísticos e culturais”.