RIO ? Ele cresceu. Trinta anos se passaram, e Damien Thorne, o órfão vivido por Harvey Stephens no clássico de terror ?A profecia?, de 1976, está de volta. Agora vivido por Bradley James, tornou-se um tarimbado fotógrafo de 30 anos, correspondente de guerra, morador de Nova York. Aparentemente, um cara normal. Só que não. Damien carrega o fardo de ser o demônio, o AntiCristo. E entra num embate contra si próprio na série ?Damien?, que estreia nesta sexta-feira, às 22h25m, no A&E.
O reboot de dez episódios, que não sobreviveu à primeira temporada lá fora, é criação de Glen Mazarra, produtor-executivo de ?The walking dead?. Ao debruçar-se sobre o thriller, resolveu partir do filme original, ignorando as continuações (?Damien: A profecia 2?, de 1978; e ?A profecia 3: O conflito final?, de 1981).
? Sabia, pelos outros dois filmes, que as pessoas poderiam ter criado expectativas com relação ao futuro do personagem, de que ele provavelmente seria um homem esnobe, matando oponentes semana a semana. Mas essa seria uma abordagem muito óbvia ? afirma Mazarra, por telefone.
Ele optou, então, por ?humanizar? a figura satânica. Mostrar que, apesar da maldição que o persegue, ele é um homem normal, com defeitos e qualidades.
? O AntiCristo é vulnerável, e os espectadores vão sentir empatia por ele. Eles se sentirão mal ao ver Damien lutar contra o que o persegue. Ele tem medo de ser o responsável pelo apocalipse.
O inglês Bradley James foi eleito entre centenas de candidatos, conta Mazarra. Damien, afinal, é complexo. Mau, sim, mas charmoso, inteligente, envolvente e cheio de culpa.
A “GUIA DO MAL”
Sobre Damien, James fica na defensiva. Não sabe dizer se ele é vilão ou herói, mas desconfia de seu maior medo:
? Ele teme ser o responsável pelo fim do mundo, mesmo sem saber como.
As forças ocultas se aproximam do personagem logo no primeiro episódio. Ainda na Síria, cobrindo uma guerra, ele é surpreendido por uma senhora, que sabe tudo sobre seu passado. Para refrescar a memória do espectador, a sequência é intercalada com cenas do filme.
Já de volta aos Estados Unidos, se depara com uma mulher misteriosa, Ann Rutledge (Barbara Hershey). Ele não sabe, mas ela é a sua guia do mal.
? Essa personagem não está no filme, foi inventada por Glen. Ela está na sombra de Damien o tempo todo, é poderosa, como se pertencesse a uma grande corporação misteriosa ? descreve Hershey.
Fã de terror, Mazarra diz achar que séries como essa despertam emoções primitivas:
? Que nem andar de montanha-russa: você coloca para fora tudo o que está sentindo.