Cotidiano

PF investiga grupo que colocava em risco operações no Maranhão

SÃO PAULO – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira a Operação Turing, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa composta por servidores públicos e particulares que ?causavam embaraço a investigações da PF no estado?, segundo nota divulgada pela polícia.

Cerca de 80 policiais federais cumpriram 23 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, quatro de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão, em residências e locais de trabalho dos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara da Justiça Federal de São Luís, no Maranhão.

A investigação, iniciada em 2015, revelou que um policial federal revelava antecipadamente fatos sob sigilo de Justiça a blogueiros. Estes, por sua vez, ameaçavam funcionários públicos e empresários e pediam valores em troca da não divulgação na mídia local dos fatos descobertos em desfavor deles.

?Os investigados aproveitavam também a oportunidade para fugirem ou destruírem provas?, salientou a PF.

Em troca, segundo a entidade, o servidor público era agraciado com publicações na imprensa em seu favor, permitindo sua inserção em cargos de confiança do Estado. Ele chegou a assumir a função de Secretário Adjunto da Administração, Logística e Inovação Penitenciária.

A PF apura ainda possíveis frustrações do caráter competitivo de licitações do sistema prisional, bem como eventuais desvios na execução de verbas públicas.

O nome da operação é uma referência a Alan Turing, um cientista e matemático britânico responsável pelo desenvolvimento de uma máquina utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, capaz de interceptar e decodificar dados criptografados transmitidos pela máquina Enigma. ?Por analogia, a investigação buscou desvendar, esclarecer os dados sigiloso praticados pelos investigados?, disse a PF.