Cotidiano

Ex-presidente da Odebrecht pede sigilo de depoimento a Moro

SÃO PAULO. O juiz Sérgio Moro determinou sigilo no depoimento que ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis, vai prestar na próxima sexta-feira, na ação que envolve o ex-ministro Antonio Palocci. O sigilo só será levantado depois que o Supremo Tribunal Federal decidir pela divulgação ou não dos depoimentos dos delatores ligados à empreiteira, que somam 77.

O depoimento, como testemunha de defesa de Marcelo Odebrecht, estava marcado por videoconferência nesta quarta-feira, mas Novis decidiu ir pessoalmente a Curitiba para depor a Moro. Na audiência, seus advogados pediram que o conteúdo do depoimento fosse mantido em sigilo, sem transmissão por videoconferência. Os advogados do ex-ministro Antonio Palocci e de seu ex-assessor Branislav Kontic, que também acompanhariam à distância, reclamaram e Moro remarcou a audiência para que possam estar presentes.

Pedro Novis presidiu a holding do grupo entre 2002 e 2009, antecedendo no cargo o empresário Marcelo Odebrecht.

Na operação Lava-Jato, chamou atenção a venda da fazenda da namorada de Novis para Juscelino Dourado, que foi chefe de gabinete de Palocci no Ministério da Fazenda. Uma das hipóteses investigada pela força-tarefa era que a fazenda, avaliada em R$ 26 milhões, pertencesse, de fato, a Palocci, e tivesse sido comprada com dinheiro de propina da Odebrecht. Juscelino Dourado não é réu em ação da Lava-Jato.

Nesta quarta-feira, prestaram depoimento o senador Armando de Queiroz Monteiro Neto (PTB-PE), testemunha de Palocci, e do publicitário Talvino Azenha, testemunha de defesa de Kontic. Os dois disseram não ter informação de atuação irregular dos dois réus.