A prisão temporária de cinco suspeitos da morte do torcedor do Botafogo Diego Silva dos Santos, durante briga entre as organizadas do alvinegro e do Flamengo, no dia 12 de fevereiro, no entorno do Estádio Nilton Santos, deixou o presidente do clube Carlos Eduardo Pereira esperançoso.
– A impunidade é a responsável pela violência no entorno dos estádios ser constante. Se não acabarmos com a impunidade e tratar esses casos dentro do rigor da lei, o futebol sempre terá essa pecha, e os torcedores continuarão se afastando – disse o presidente, ressaltando que esses casos não podem ser tratados apenas como briga de torcida. – Vai ter um inquérito para apurar os responsáveis, e eles têm de ser punidos pela morte de uma pessoa, de acordo com as penas da nossa legislação.
O dirigente acredita que as punições mais severas podem ser o início da mudança de comportamento. Além dos suspeitos detidos, a polícia tinha mandado de prisão para oitos 12 integrantes da Torcida Jovem Fla, por outros motivos que não envolvia a morte de Diego. Da parte do clube, ele diz que pouco pode ser feito para proibir a circulação desses torcedores nos estádios.
– Não temos como identificar todos, ter um sistema de reconhecimento desses torcedores. Mas o poder público tem medidas preventivas, como determinar que os torcedores fichados compareçam a delegacias horas antes do jogo e lá permaneça até o fim – argumenta.
Os suspeitos ficarão detidos por cinco dias e a prisão poderá ser prorrogada por mais cinco dias. Todos responderão por homicídio qualificado. Diego morreu de hemorragia interna e externa, após ter sido atingido várias vezes por um objeto “perfuro contundente”, segundo o laudo do Instituto Médico Legal. Os torcedores teriam usado um espeto de churrasco para golpear a vítima.