SÃO PAULO O sistema de informática Drousys, que controlava as transações do banco da propina comprado pela Odebrecht para operacionalizar pagamentos no exterior , pode ter funcionado até o mês passado. Em depoimento à Justiça Federal, Camilo Gornati, responsável pela manutenção do programa de controle do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, afirmou que um servidor reserva ficou ativo até o mês passado ou retrasado quando o Ministério Público da Suíça bloqueou o acesso.
Foi criado um segundo portal de acesso (ao Drousys) que ficava em outro data center também na Suíça afirmou Gornati, que questionado pela força tarefa da Lava-Jato até quando o novo servidor funcionou, explicou: Até mês passado ou retrasado, pode ser dizer que sim (o servidor estava funcionando).
Gornati foi interrogado na terça-feira na na ação sobre a 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Xepa. Ele explicou que um primeiro servidor onde estavam armazenados os dados sobre as operações bancárias foi bloqueado pela Suíça em 2015. E que desde então, um outro servidor, também localizado no país, ficou em atividade.
O responsável pela manutenção disse ainda que a escolha da Suíça para manter os servidores do sistema se deu por segurança:
O que me falaram é que era mais seguro deixar na Suíça disse Gornati
Dados do sistema Drousys, que a força tarefa da Lava-Jato teve acesso, revelam que a Odebrecht mantinha pelo menos 42 contas no Caribe que abasteceram 28 offshores com mais de US$ 132 milhões da Odebrecht. Em delação premiada, o operador Vinícius Borin afirmou que a odebrecht comprou, através de terceiros, o Meinl Bank Antígua, no arquipélago de Antígua e Barbuda, onde operou US$ 1,6 bilhão nos últimos seis anos.