No fim de semana, circulou pelas mídias sociais e até mesmo em meios de comunicação, informações em torno de um tiroteio envolvendo produtores rurais e indígenas. Em busca de esclarecer os fatos, a equipe de reportagem do Jornal O Paraná manteve contato com autoridades de segurança locais e com o presidente do Sindicato Rural de Terra Roxa, Fernando Volpato.
O confronto ocorreu nas proximidades da Fazenda Brilhante, ocupada por indígenas no início deste mês. Conforme apurado, a troca de tiros envolveu grupos rivais ligados ao tráfico. O acerto de contas ocorreu na PR-496, entre Terra Roxa e a BR-272.
Um dos indivíduos baleado na sexta-feira foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Palotina e voltou para “acertar as contas” no sábado. O confronto começou em Terra Roxa e se estendeu ao longo da rodovia, quando os ocupantes dos veículos Escort e Peugeot desceram dos veículos trocara tiros em meio a uma plantação de eucaliptos nas proximidades da Fazenda Brilhante. Um dos indivíduos foi baleado com gravidade e morreu no local.
A ocorrência teve o atendimento da Força Nacional, BPFron, Polícia Rodoviária Estadual e Polícia Civil, presentes naquela região por conta da invasão. No dia 22 de julho, informações que chegaram à imprensa diante do agravamento do conflito entre indígenas e produtores de Terra Roxa e Guaíra, por conta da ampliação das ocupações e as disputas nos tribunais, levaram a Polícia Federal a enviar uma equipe especializada em negociação e interlocução técnica e pacífica entre os envolvidos.
O prazo para saída pacífica dos invasores da Fazenda Brilhante expirou na noite de segunda-feira. Ruralistas não acreditam na saída espontânea das áreas por parte dos ocupantes. Vários recursos tramitam no TRF4 (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, entre eles, alguns movidos pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
O presidente da Comissão de Soluções de Conflitos Fundiários do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná), desembargador Fernando Prazeres, confirmou ontem ao Jornal O Paraná, que estará na região de conflito no dia 9 de agosto. A finalidade é a de conhecer as áreas de ocupação, ouvir os proprietários e os municípios. “O desafio é o de construir algo positivo para o consenso entre as partes envolvidas”, disse.
De acordo com Volpato, o desencontro de datas prejudicou novo encontro com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o ministro da Justiça e membros do Conselho Nacional de Justiça. Os produtores rurais se dizem exaustos de ser obrigados a conviver com a insegurança no campo, ampliada a partir da posse o Governo Lula.
Crédito: Divulgação PM