RIO – O Hospital Geral de Nova Iguaçu tem 12 presos custodiados, sendo que um deles está de alta desde setembro de 2015, mas até hoje aguarda transferência. A denúncia foi feita pela direção do Hospital em documento encaminhado ao Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj).
O pedido de transferência já havia sido feito à Secretaria de Administração Penitenciária, mas depois do resgate do traficante Fat Family, da enfermaria do Hospital Municipal Souza Aguiar (HMSA), quando um vigilante morreu e outras duas pessoas ficaram feridas, a direção do HGNI decidiu pedir ajuda ao Cremerj. O HGNI, também conhecido como Hospital da Posse, é a única unidade da Baixada Fluminense que recebe tutelados do sistema penitenciário.
No documento, a direção do hospital também relatou o envio de diversos ofícios à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), solicitando a transferência dos presos que já tiveram alta, mas não receberam nenhuma resposta.
?Essa situação vem gerando transtornos, pois a permanência dos custodiados provoca insegurança e mais gastos com insumos. Além disso, os leitos ficam ocupados por pacientes que não precisam mais de assistência médica?, explicou o diretor-geral do HGNI, Joé Sestello.
A preocupação da direção se agravou após uma denúncia sobre a pretensão de criminosos em resgatar um traficante que estava internado na unidade. A informação, segundo o ofício, foi enviada ao Poder Judiciário, que determinou a remoção do preso, e, mais uma vez, nada foi feito.
?Esse problema precisa ser resolvido com a maior urgência possível. Os pacientes e funcionários não podem conviver com essa insegurança diária?, declarou o presidente do Cremerj, Pablo Vazquez.
No último dia 23, o Cremerj enviou para o governador em exercício, Francisco Dorneles, e ao secretário de Saúde, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, ofício solicitando que o Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro passe a ser o único centro de recebimento de presos custodiados em todo o Estado. A decisão foi anunciada durante plenária, na sede do Conselho, com o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.