TRÂNSITO

Rodovias de Cascavel têm redução de 27,5% nas mortes no 1º semestre

Em porcentagens, a queda foi de 27,5% das mortes e de 8,15% de acidentes. No estado todo, as mortes cresceram 6,5% e 4,2% nos acidentes

acidente de trânsito
Em porcentagens, a queda foi de 27,5% das mortes e de 8,15% de acidentes. Foto: AEN

Na contramão dos dados gerais do Estado a região de Cascavel, que compreende cerca de 900 quilômetros de rodovias federais, teve uma diminuição de mortes e de acidentes no primeiro semestre deste ano. Em porcentagens, a queda foi de 27,5% das mortes e de 8,15% de acidentes. No estado todo, as mortes cresceram 6,5% e 4,2% nos acidentes em geral. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (11) em entrevista coletiva pela a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Em números, neste ano foram registradas 29 mortes nas rodovias federais contra 40 no mesmo período do ano passado. Acidentes deste ano somam 293 ao todos e no ano passado foram 319. O que subiu um pouco foi a quantidade de feridos que passou de 367 do ano passado para 377 este ano.

Para o inspetor da PRF de Cascavel, Jorge Coelho, os números devem ser comemorados, mas ainda é necessário que os condutores tenham uma melhor conscientização no trânsito.

“Atribuímos os números que tiveram uma redução significativa ao aumento de fiscalização em locais estratégicos, naqueles que tem um índice maior de acidentes, por outro lado, aumentou a quantidade de multas o que demonstra que ainda é necessária a conscientização dos motoristas” disse Coelho. Para ele, muitos acabam abusando do excesso de velocidade, o que acaba resultando nas colisões mais graves, entre elas, as colisões frontais.

Segundo ele, não houve aumento de efetivo, mas sim de ações que continuarão sendo realizadas neste segundo semestre em diversos pontos. “Tem muitas pessoas ainda perdendo a vida no trânsito o que precisa ser trabalhado e falado. As pessoas precisam ter consciência que tem sempre alguém esperando ela em casa e que, tem que seguir as regras de trânsito, dirigindo com prudência”, salientou.

Coelho disse ainda que as ações são realizadas em pontos estratégicos, levantados por meio de dados estatísticos, repassados ao setor operacional que faz o planejamento das fiscalizações. “Com isso a gente consegue ser um pouco mais assertivo com relação às fiscalizações. Por outro lado, a gente percebe que existe uma pouca adesão social do cumprimento das normas”, frisou.

Sobre as multas, o inspetor disse ainda que ocorreu um aumento significativo nas autuações de trânsito, especialmente nas regiões da 277, no perímetro urbano e que reflete no sentido de que o cidadão não está apoiando nessa tentativa de redução de acidentes, fazer o seu papel de motorista. “Temos que pensar pelo outro lado, que ainda há mortes, ainda há um número significativo de pessoas, cidadãos de bem, trabalhadores que estão perdendo suas vidas no trânsito, aqueles que estão indo trabalhar, que estão indo visitar suas famílias, que estão perdendo suas vidas no trânsito, não estão chegando em casa, não estão chegando no trabalho. A gente tem exemplos recentes, de pessoas que se sujeitam até a dirigir sem carteira de habilitação”, finalizou.

No Paraná

A PRF do Paraná registrou o aumento de 17 mortes, passando de 261 para 278, e analisa que o fato tem relação direta com as colisões frontais, tipo de acidente causado predominantemente pelas ultrapassagens proibidas ou forçadas e pelo excesso de velocidade. Das 278 pessoas que perderam a vida por sinistros de trânsito nas rodovias federais paranaenses, 93 foram vitimadas em sinistros do tipo “colisão frontal”.

Em 2023, foram 74 vítimas mortas neste tipo de sinistro de trânsito, 21% menos do que neste ano. Para exemplificar o potencial de dano, à velocidade de 100 km/h o corpo humano passa a se comportar como tendo um peso 28 vezes maior. Assim, no caso de uma desaceleração brusca os órgãos sofrem danos severos, pois tendem a continuar na mesma trajetória e velocidade. Nas colisões frontais, pelo somatório de energia dos veículos, os danos tendem a ser de maior gravidade.

As colisões frontais são o sétimo tipo de sinistro mais frequente (aproximadamente 7% das ocorrências), mas respondem por 1/3 das mortes registradas no estado. A maior parte dessas colisões, cerca de 54%, aconteceram em trechos sem duplicação, com o fluxo de ambos os sentidos dividindo a mesma pista. Com um aumento de fiscalizações, houve um aumento de 5,3% dos flagrantes de ultrapassagens proibidas e de 3,5% nos flagrantes de condutores circulando com velocidade acima da permitida.

Sobre ultrapassagens, a dica da PRF é antes de realizar, o condutor observar se tem velocidade suficiente para concluí-la com segurança, se não existe outro veículo que já tenha iniciado a mesma manobra atrás e sinalizar com as luzes do veículo: utilizando a seta de direção e piscando o farol para o condutor que vai à frente. Para maior segurança, os condutores devem também optar por ultrapassar apenas um veículo por vez.

Atropelamentos de pedestres

Outro tipo de sinistro que preocupa a PRF são os atropelamentos: 48 pedestres morreram atropelados, nove a mais do que no primeiro semestre de 2023. Usuários mais frágeis do trânsito, os pedestres estão ainda mais fragilizados nas rodovias pela velocidade mais alta do que a do trânsito urbano.

Os atropelamentos de pedestres estão diretamente ligados à falta de uma condição básica de segurança no trânsito das rodovias: ver e ser visto. A luminosidade natural da luz solar fornece uma condição em que tanto os condutores quanto os pedestres conseguem assimilar os riscos e adotar comportamentos para evitar sinistros. Das 48 mortes neste tipo de sinistro, 40 ocorreram durante a noite ou em horários em que o sol está nascendo ou se pondo.

Para os pedestres que precisem utilizar as rodovias à noite, a PRF recomenda que utilizem sempre o acostamento, usem roupas claras, façam uso da lanterna do celular para se tornarem mais vistos e que caminhem no sentido contrário ao dos veículos.

Chuva pede mais atenção

As chuvas observadas em Cascavel e região nos últimos dias pedem mais atenção no trânsito. Para quem se desloca pelas estradas e rodovias, o risco pode ser maior ainda. Além do perigo de deslizamentos e bloqueios, ainda há o risco de perda de direção e colisões na chuva. Os acidentes costumam acontecer devido à visibilidade reduzida, agravada durante as fortes tempestades: muitas vezes, o uso do limpador de para-brisa não é suficiente para dar conta dos grandes volumes de água. Outra questão é a diminuição da aderência dos pneus com a pista, por conta das lâminas d’água que se formam entre eles, fenômeno conhecido como aquaplanagem.

Cuidados

Para minimizar os riscos faz-se necessário ter muito mais prudência e atenção do condutor ao volante. Ademais, existem algumas dicas fundamentais que é possível aplicar, inclusive em quaisquer situações de risco análogas às das chuvas, como no caso de neblina na pista, por exemplo.

É primordial que, durante uma chuva, o motorista possa ser visto. Isso é feito mediante o acendimento da luz dos faróis, que devem ser baixos. Além disso, é o farol baixo que garantirá que o motorista possa enxergar e desviar de prováveis buracos, um perigo comum nas chuvas, já que estes se enchem d’água e se camuflam no asfalto. Deve-se evitar o farol alto, pois tem o problema de sua incidência refletir sobre as gotículas de água, atrapalhando ainda mais a visão.

Manter uma velocidade abaixo daquela estipulada pela via é um fator que pode ser determinante para o caso de ser necessário executar uma manobra com segurança, como uma frenagem. Devido a menor aderência, o carro precisa de mais metros para frear completamente. Recomenda-se uma distância de por volta de 10 carros do veículo da frente e jamais frear bruscamente, pois o carro poderá rodar na pista.