Uma operação da Polícia Civil que investiga manipulação de resultados em jogos de futebol, com alvos em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, prendeu sete pessoas na manhã desta quarta-feira. Chamada de “Game Over” (“fim de jogo”, em português), a operação tenta desmantelar uma quadrilha de apostadores asiáticos acusados de fraudar resultados de jogos de divisões de acesso no Campeonato Paulista.
As sete prisões, segundo o “Globoesporte.com”, foram efetuadas em São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Bauru (SP), e Maracanaú (CE). Um dos presos é Carlos Luna, goleiro que atuou pelo América-SP em 2015 e está sem clube atualmente.
A operação cumpre 11 mandados de prisão temporária e dois de busca temporária. A quadrilha pagava propinas para fraudar os placares de jogos das séries A-2 e A-3 do Paulista, beneficiando apostadores na Indonésia, Malásia e China.
REGULAMENTAÇÃO FALHA
O GLOBO mostrou, em março, que a falta de regulamentação na atuação de sites de apostas na legislação brasileira, além de impedir o recolhimento de cerca de R$ 2,7 bilhões em possíveis impostos por ano, dificultava as investigações sobre manipulação de resultados. Os sites, que não ficam hospedados no Brasil, abrem apostas a cada rodada em divisões como a segunda e a terceira de São Paulo, dificultando o monitoramento.
No início deste ano, ?Diário de S. Paulo? revelou que jogadores do Barueri teriam recebido proposta para perder um jogo para o Rio Preto. A suspeita é que o resultado de 4 a 0 para o Rio Preto tenha beneficiado apostadores de um site, que pagou 19 para 1 pelo resultado. Uma aposta de US$ 10 mil pagaria US$ 190 mil.
Segundo o “Globoesporte.com”, o esquema é chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou pela Indonésia. Nenhum dos 11 alvos de prisão temporária da operação “Game Over” é estrangeiro.