Cotidiano

Ações da Petrobras sobem quase 3% e fazem Bolsa avançar 0,52%

RIO – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem valorização de 0,52%, aos 57.652 pontos, puxada por Petrobras, que divulgou seu plano de negócios para o período de 2017 a 2021 e anunciou a venda de mais de US$ 19,5 bilhões em ativos. O dólar comercial, às 15h04, era vendido a R$ 3,265, com queda de 0,39% – na mínima chegou a R$ 3,247.

As ações ON (ordinárias, com direito a voto) da Petrobras ganham 1,47%, a R$ 15,11, e as PN (preferenciais, sem direito a voto) avançam 2,83%, a R$ 13,42, com o mercado animado pelo corte de 25% no plano de investimentos.

? Foi positivo o anúncio de um capex (despesas de capital ou investimento em bens de capital) abaixo da expectativa do mercado ? diz o economista Paulo Gomes, estrategista-chefe da Azimut Wealth Management. ? Isto demonstra que a nova gestão privilegia decisões que sejam melhores para a empresa, com autonomia, ainda que isto signifique menos investimentos no Brasil em um momento de recessão.

O especialista destaca ainda que o foco na produção ? acima do que se esperava ? também contribui para a percepção de que a empresa está se concentrando na geração de caixa em seu negócio principal, o que é bem visto.

? A reação do mercado não é melhor hoje porque a cotação do petróleo cai no mercado internacional ? comenta Gomes.

No mercado internacional, o barril do petróleo opera em queda. O do tipo Brent cai 0,52%, a US$ 45,71 o barril.

No exterior, as bolsas americanas operam em alta. O Dow Jones ganha 0,18%. O S&P tem leva alta de 0,11%. Na Europa, o Dax, de Frankfurt, fechou com valorização de 0,19%. O CAC 40, de Paris, teve leve queda de 0,13%. Já o FTSE 100, de Londres, subiu 0,25%.

CÂMBIO

No mercado de câmbio, o dólar chegou a ser negociado abaixo dos R$ 3,25, num dia em que o fluxo de recursos é positivo e os investidores aguardam o desfecho da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A reunião começou nesta terça-feira, mas a decisão será anunciada apenas amanhã e a expectativa é que a taxa seja mantida de 0,25% a 0,50% ao ano. Para os analistas da Coinvalores, os membros da autoridade monetária americana devem sinalizar uma alta de juros para dezembro.

? Temos visto fluxo de fundos estrangeiros, já que a perspectiva de não haver aumento de juros nos EUA e corte de taxa pelo banco central japonês deixa o mundo mais líquido, com investidores atrás de retornos mais atrativos ? comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Já no Brasil, o Banco Central brasileiro vendeu esta manhã todo o lote de cinco mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares em um total de US$ 250 milhões. A autoridade monetária destacou, nesta manhã, que está preparada para a normalização da política monetária das economias avançadas ? o aumento de juros nos EUA ? e defendeu a necessidade de resgatar o tripé macroeconômico.

? Ou seja, nutrir a responsabilidade fiscal, manter controle da inflação e regime de câmbio flutuante ?, afirmou o diretor de Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, em evento na capital paulista.

Ele ressaltou que está se completando oito anos do início da crise financeira global e que, desde então, os mercados de renda fixa têm sido afetados por fortes transformações.

Le Grazie disse ainda que, “sem ferir o regime de câmbio flutuante, o BC utiliza, sempre com a necessária parcimônia, as ferramentas cambiais de que dispõe”, e ressaltou que a eficiência da política monetária será maior “quanto mais bem-sucedidos forem os esforços para a implantação de reformas e ajustes que fortaleçam o pilar da responsabilidade fiscal”.