RIO – A doação eleitoral feita por Eike Batista a pedido do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, conforme depoimento prestado espontaneamento pelo empresário em maio de 2016 ao Ministério Público Federal em Curitiba (PR), não foi dada para obter contrapartida que beneficiasse a OSX, empresa naval do grupo ?X? e em recuperação judicial, informaram por meio de nota os advogados do ex-bilionário.
?Essa doação eleitoral não teve qualquer relação nem foi dada como contrapartida de qualquer negócio envolvendo a empresa OSX no âmbito do chamado Consórcio Integra ou qualquer outro. São fatos absolutamente desconexos?, diz a nota.
A defesa do empresário destaca ainda que os recursos utilizados para os pagamentos feitos aos publicitários João Santana e Mônica Moura, no exterior, tem origem lícita: ?Os recursos utilizados por Eike Batista para a referida doação eleitoral são de origem lícita comprovada. Não foram decorrentes de pagamento de dividendos ou de qualquer espécie de repasse de recursos oriundos direta ou indiretamente da OSX, muito menos fruto de repasses da Integra no curso de sua atividade.
Por meio do documento, assinado pelos advogados Ary Bergher, Raphael Mattos e Darwin Corrêa, Eike ?repudia? insinuações de que recursos provenientes da Integra foram repassados na doação eleitoral.
Eles esclarecem ainda a OSX ingressou na Integra a convite da Mendes Júnior, quando a construtora já mantinha negociações com a Petrobras e buscava um estaleiro para participar de um projeto naval. A OSX dispunha de um estaleiro em construção, capaz de abrigar o emprendimento. Enfatizando que o negócio e pagamentos efetuados pela Integra eram determinados pela Mendes Júnior.
?Pelas regras do Consórcio Integra, cabia exclusivamente à Mendes Júnior, enquanto majoritária e dotada da expertise de engenharia necessária ao projeto, sua gestão, incluindo a contratação de prestadores de serviços, equipamentos, acompanhamento de contratos e controles dos pagamentos realizados, bem como todo o relacionamento com a Petrobras. Quaisquer pagamentos efetuados pelos sócios da Integra no âmbito do consórcio eram definidos e determinados pela Mendes Júnior?, segundo o comunicado, que termina afirmando que Eike não se envolveu nem aprovou quaisquer eventuais irregularidades na Integra.
Não há comentários, contudo, sobre o efeito da operação de busca e apreesão realizada no início desta quinta-feira na sede da OSX.