RIO – Para os apaixonados por vôlei e geopolítica, o clima do Maracanãzinho na noite deste domingo era de nostalgia. Em quadra, duas potências esportivas historicamente alinhadas fora dela, mas que há muito não vivem seus melhores momentos no esporte. Devastada por uma acusação de estrupro que provocou o afastamento de seis de seus jogadores e de parte da comissão técnica na última Liga Mundial, a seleção de Cuba, que volta aos Jogos Olímpicos pela primeira vez desde Sidney-2000, até surpreendeu ao vencer o terceiro set, mas não ofereceu muita resistência à Rússia, que venceu por três sets a um (parciais de 25/17, 25/19 e 22/25 e 25/18).
Vôlei neste domingo dia 7Recheado de jogadores juvenis, o time de Cuba sofria com a falta de experiência. Na rede, o problema era a baixa estatura, que fazia os russos levarem vantagem nos ataques e atrapalhava os bloqueios. Durante o primeiro set, o sistema de som do estádio pareceu evocar o espírito provocativo da Guerra Fria ao tocar por cerca de 30 segundos a “Marcha Imperial”, tema do vilão Darth Vader, personagem da franquia Star Wars. A música voltou a ser ouvida no intervalo para o quarto set.
Aos poucos, a torcida brasileira passou a adotar o time cubano no confronto, com gritos de “Olê, olê, olê, olá! Cuba! Cuba”, e a equipe cresceu na partida. No segundo set, a equipe da ilha chegou a encostar no placar, mas os russos não precisaram abandonar o ritmo de treino para fazer 2 a 0. O melhor momento cubano ficou guardado para o terceiro set, quando trocou pontos com os adversários até o nono ponto, quando abriu vantagem pela primeira vez e, com muita aplicação e vibração a cada ponto, fechou o set em 25 a 22.
No quarto período, a superioridade técnica dos russos voltou a prevalecer e eles venceram sem sustos. Candidata a uma medalha, a Rússia volta ao Maracanãzinho nesta terça-feira, para enfrentar a Argentina, às 9h30m. No mesmo local, Cuba e Egito se enfrentam às 20h30m. As equipes estão no grupo B, que conta ainda com Polônia, Argentina e Irã.