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Tensão e luto após o tropeço da seleção olímpica

As horas seguintes ao tropeço diante do Iraque tiveram declarações conflitantes com o mundo real, a imagem de um time tenso e luto no hotel da seleção olímpica. A palavra, aliás, já fora usada pelo técnico Rogério Micale em sua entrevista coletiva, ainda no estádio. Mas era ideal para descrever a cena no lobby do hotel, onde familiares de jogadores formavam um grupo desolado espalhado pelos sofás, poltronas e cadeiras, enquanto o time jantava num salão fechado.
A surpresa ficou por conta de um agradecimento de Micale à torcida de Brasília. Ele falou em apoio num jogo em que, desde a metade do primeiro tempo, predominavam os apupos. Na segunda etapa, vieram gritos de olé quando o Iraque tocava a bola um coro de “Marta”, estrela do futebol feminino, usado como forma de protesto.
? Saio triste por não ter alegrado a torcida, que nos apoiou muito. Fiquei feliz pelo apoio que recebemos. Foram muito poucos os momentos de vaia ? disse Micale. ? Espero que em Salvador tenhamos o mesmo apoio para conseguir a classificação. É normal ter um período de luto, mas precisamos fazer um bom jogo em Salvador.

Pouco antes de Micale falar, os jogadores da seleção haviam deixado o campo sem cumprir o obrigatório compromisso de passar pela zona mista das emissoras de TV, ainda no gramado. Mais tarde, Neymar, capitão do time, foi um dos primeiros a deixar o estádio rumo ao ônibus, também sem dar entrevistas.

A tensão deve caminhar junto com a seleção até quarta-feira, quando o time enfrenta a Dinamarca, na Fonte Nova, em Salvador. Só uma vitória garante a classificação para as quartas de final e a manutenção das chances do ouro olímpico.A decisão da vaga nas quartas de final pode acontecer até por sorteio. Se o Brasil empatar com a Dinamarca e o Iraque também empatar com a África do Sul pelo mesmo placar, brasileiros e iraquianos estarão iguais em todos os critérios. Neste caso, haverá um sorteio para determinar quem avança no torneio olímpico.