BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do processo de impeachment, ministro Ricardo Lewandoswki, rejeitou os pedidos dos aliados da presidente afastada Dilma Rousseff. Primeiro, ele negou os pedidos mais importantes, apresentados pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE), líder do PT no Senado, que queriam a suspensão do processo ou sua transformação em diligência até o fim das investigações relativa à operação Lava-Jato. Lewandowski considerou os temas “estranhos” ao processo de impeachment da petista. Agora, está; encerrada a fase sobre questões de ordem, num ritmo acelerado.
O relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), fala agora por 30 minutos. Em seguida, por volta das 13h, a sessão será suspensa para almoço.
Na prática, ele rejeita os pedidos do PT e aliados de Dilma para atrasar o processo e envolver as novas denúncias que afetam o presidente interino, Michel Temer, cujo nome surgiu nas delações de dirigentes da Odebrecht.
? As questões 1 e 2 pedem sinteticamente a suspensão dos trabalhos ou que se convertam em diligência para que se espera a conclusão das delações da famosa operação em curso, que todos conhecem.
? Queria observar, com todo o respeito, que são estranhas ao objeto da presente desta sessão ? disse Lewandowski.
No mesmo sentido, ele rejeitou questão de ordem do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que queria a suspensão da sessão com os mesmos argumentos.
? Não se poderia por meio de uma questão de ordem pleitear a suspensão da sessão para realização de diligência. A fase de instrução já terminou. A fase que estamos vivendo é iminentemente oral, não se faz mais diligências ? justificou Lewandowski.
Lewandowski ainda negou pedido da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) contra o tucano Anastasia por ele ser do PSDB e relator contra Dilma ao mesmo tempo.
? Não procede essa questão de ordem ? disse Lewandowski, afirmando que isso já tinha sido decidido inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sobre o pedido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que pedia o “desentranhamento” de pedaladas cometidas no Plano Safra 2015, o presidente do STF explicou mais uma vez que questões de ordem só podem ser feitas para dirimir dúvidas e problemas relacionados diretamente ao caso em análise.
Ele ainda rejeitou pedido da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que pedia o arquivamento da ação contra Dilma.
? Cumpre-se alertar que o processo de impeachment é regido por dispositivos constitucionais e não pode ser sumariamente arquivado ? respondeu Lewandowski.
Ao todo, foram cinco questões de ordem. Apenas em uma ele concordou em parte com Vanessa, sobre retirar das notas taquigráficas palavras ofensivas.
? Respeito a imunidade parlamentar e confio no bom senso. Não farei o controle aqui (sobre as palavras) ? disse ele .