BRASÌLIA – Vinte e quatro anos depois de sofrer processo de impeachment, em 1992, o ex-presidente Fernando Collor, atual senador pelo PTC de Alagoas, fez um discurso a favor da continuidade do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Ele disse que subia à tribuna do Senado com “desconforto”, porque já sofrera processo em 1992, Na fase da admissibilidade, no dia 12 de maio, Collor também discursou e votou pela abertura do processo, na época. Ele não disse explicitamente que votará a favor, mas sinalizou que manterá sua posição do dia 12 de maio, ou seja, a favor do impeachment.
? Sofri processo análogo e conheço infortúnios e o desgosto desta situação. Mas fui absolvido pelo STF. Desde 2013 as infrações orçamentárias eram apontadas publicamente. O Palácio do Planalto tinha ciência dos avisos. Permitiu-se de forma tácita a infração ? disse Collor.
O governo tornou “apartado da realidade” em 2013, quando a gestão petista “levitou” acima das crises. Para ele, a presidente acabou permitindo a infração da lei.
? Mais grave ainda é que em 2010 o governo recebeu o país em razoável ordem. Mas desde o início daquela gestão o pais entrou numa areia movediça. Um estado errático e petrificado. É o desalinho de um desastre político de um poder que se esvaiu ? disse ele, finalizando:
? É preciso virar essa página.
O discurso de Collor chamou a atenção dos colegas. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Lewandowski estavam atentos.