Cotidiano

Parquet Courts: em busca do novo no velho rock

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RIO – Em tempos de crise do rock, é admirável que uma banda fundada em 2010 conquiste lendários críticos musicais. Pois foi o que os nova-iorquinos do Parquet Courts conseguiram com ?Human performance?, seu sexto e mais recente álbum, lançado em abril. Tanto Greil Marcus quanto Robert Christgau ? que escreveu ?Tio Lou (Reed) ficaria orgulhoso. Nossos pequenos punks de garagem estão crescendo? ? se renderam ao som descomplicado e às letras inteligentes do novo CD do grupo dos guitarristas/vocalistas Andrew Savage e Austin Brown.

? O rock sempre estará por aí, nunca vai morrer. Ele tem 60 anos de idade, tem que continuar mudando, evoluindo. A pior coisa para uma banda de rock é tentar replicar algo do passado. Não tem sentido voltar no tempo, você tem é que dar um novo sentido ao passado, é a isso que as pessoas vão responder. Gosto de pensar que fazemos o rock de 2016, não o dos anos 1960 ou 70 ? argumenta Savage, em papo por telefone. ? Não acho que o uso de eletrônicas é o que vá criar o novo no rock. Em nosso caso, acho que talvez sejam as letras, ninguém escreve desse jeito. Atitude, isso é que é rock?n?roll.

?Human performance? é um disco atípico para o Parquet Courts: levou um ano inteiro para ser composto e gravado.

? ?Light up gold? (de 2012, o segundo álbum deles, e o primeiro a chamar a atenção da crítica) foi composto, ensaiado e gravado em três dias. ?Sunbathing animal? (de 2014), em três meses, e foi o mais longo até então. Já ?Constant nausea? (lançado também em 2014, mas como disco do Parquay Quarts, porque só teve Savage e Austin Brown) levou uma semana ? diz o músico. ? Gosto de fazer discos das duas formas. Em ?Human performance? pudemos compor mais canções. Foram 32, das quais escolhemos 13. E também havia a questão de poder escolher um ambiente único, de uma igreja em Nova York, para gravar o disco.

Cada vez mais presente nos festivais de música alternativa do mundo, o Parquet Courts aproveitou o bom momento para investir em um estranho videoclipe, da faixa-título do novo álbum, feito pelo artista visual britânico (e homônimo do astro de rock) Phil Collins.

? Tínhamos visto um filme dele, ?Tomorrow is always too long?. Phil foi a primeira pessoa em quem pensei para fazer um vídeo ? revela Savage. ? Ele queria muito trabalhar com marionetes e se inspirou em programas de TV infantis soviéticos. Adoro as interpretações, que são muito cruas, e adoro que o clipe seja incômodo, porque a canção também é.