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Quem passará o bastão para o Japão, próximo país que sediará os Jogos?

RIO – A cinco dias da cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio, a organização dos Jogos desconhece como as autoridades japonesas serão recebidas no país, para a transferência do ?bastão? olímpico. Tóquio é a cidade-sede da Olimpíada em 2020. O presidente interino Michel Temer, para evitar novas vaias à véspera da conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, decidiu que não aparecerá na cerimônia de encerramento. O mesmo evento deve contar com a presença do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, esperado no Rio no próximo domingo.

Sem o presidente brasileiro em exercício para recepcioná-lo, a organização dos Jogos Olímpicos ainda não sabe como proceder diante desse hiato. Temer na abertura – 16/08

? O presidente interino não deverá comparecer à cerimônia de encerramento, o que ainda não nos foi confirmado pelos canais oficiais. Não podemos avaliar neste momento quem vai receber o primeiro-ministro do Japão ? disse o diretor de comunicação do comitê organizador da Rio 2016, Mario Andrada.

Segundo Andrada, ainda é preciso decidir ?quem vai receber ou não o primeiro-ministro japonês?:

? Isso tem a ver com o nosso presidente, se ele virá ou não.

O julgamento do processo de impeachment no Senado, que deve selar o afastamento definitivo de Dilma e o fim da interinidade de Temer, que terá pela frente mais de dois anos de mandato, começa no próximo dia 25, quatro dias depois do encerramento dos Jogos Olímpicos. Temer quer evitar o que ocorreu na abertura da Olimpíada: ele foi vaiado pelo Maracanã lotado.

Na abertura, todas as estratégias foram usadas para “esconder” Temer. Ele não foi anunciado no início da cerimônia, como habitualmente ocorre com o chefe de Estado e com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Apenas Thomas Bach foi anunciado, contrariando inclusive o que estava previsto pelos organizadores e registrado no guia de mídia distribuído horas antes do início do evento.

Temer quase não foi projetado nos telões. E só declarou a abertura dos jogos mais ao fim da cerimônia, mais uma vez sem ter seu nome anunciado. Quando o público descobriu que era o presidente interino ao microfone, vaiou a autoridade política.

O diretor de comunicação da Rio 2016 citou a ?crise política e governamental? no país para justificar a baixa venda de ingressos antes de a Olimpíada começar:

? Antes dos jogos estávamos num ambiente bastante complexo, com crise política e governamental, uma crise de ceticismo, o que explicou a baixa venda de entradas. As pessoas ficaram positivamente surpresas com a cerimônia de abertura, e a venda posterior de ingressos mostra que há uma relação de amor da torcida brasileira com os jogos. Antes havia hesitação. Isso mudou com a abertura.