Cotidiano

Relator do caso Cunha na CCJ acredita que decisão ficará para agosto

BRASÍLIA – O relator do recurso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), acredita que o colegiado só conseguirá levar o tema a voto em agosto. Fonseca afirma que a eleição para Presidência da Casa, que ocorre justamente pela renúncia de Cunha, acabou tirando foco do processo.

? A disputa para Presidência da Câmara tem prazo regimental, na CCJ não tem prazo. E a discussão na CCJ será longa, os deputados vão querer falar. Então, infelizmente, depois de quinta-feira não vai ter mais nada e só votaria depois do recesso branco ? disse Fonseca.

O relator destaca que já tem mais de 30 membros inscritos, que terão 15 minutos cada para discursar. A lista continua aberta. Não-membros poderão falar por dez minutos e os líderes, de acordo com o tamanho de sua bancada. Fonseca diz apoiar iniciativa de colegas que tentam adiantar a reunião para o período da manhã, mas duvida que se consiga aprovar um requerimento de encerramento de discussão.

? Infelizmente, o regimento favorece a protelação. O bom seria ninguém falar, mas não vai acontecer ? afirma.

Os deputados vão entrar em recesso mesmo sem ter votado a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como é exigido pela Constituição. Por isso, o período é chamado de recesso branco.

MARCOS ROGÉRIO NÃO VOTA

Responsável pelo parecer pela cassação de Cunha no Conselho de Ética, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) anunciou que não votará na CCJ para evitar que a defesa do peemedebista aponte este ato como nulidade no processo. Ele observa que não há risco de que sua ausência ajude Cunha porque os dois suplentes de seu partido, Onyx Lorenzoni (RS) e Pauderney Avelino (AM), tem posicionamento igual ao seu no caso.

? Não vou votar. Estou participando dos debates, devo apresentar contrarrazões, mas não vou participar porque é o meu relatório, é o que fiz no conselho. É uma espécie de suspeição ? disse.