GENEBRA ? Até cem mil iraquianos podem se deslocar para Síria e Turquia para fugir do ataque militar do governo do Iraque contra o Estado Islâmico (EI) em Mossul, informou nesta segunda-feira a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas. Apoiada pela coalizão internacional, esta poderia ser uma das maiores operações militares no Iraque desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, que derrubou Saddam Hussein.
O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) emitiu um apelo por mais US$ 61 milhões para tendas, acampamentos, itens de inverno e fornalhas para deslocados dentro do Iraque e novos refugiados que precisam de abrigo nos dois países vizinhos.
? O Acnur está preocupado que os eventos em Mossul possam fazer com que até 100 mil iraquianos se desloquem para Síria e Turquia ? informou a agência. ? Estão sendo feitos preparativos na Síria para receber até 90 mil refugiados iraquianos.
Forças do governo do Iraque, com apoio aéreo e terrestre da coalizão liderada pelos Estados Unidos, iniciaram uma ofensiva nesta segunda-feira para expulsar o Estado Islâmico da cidade de Mossul, último grande reduto dos militantes no país e considerada a capital do califado no Iraque.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem esperar que os EUA e seus aliados façam o melhor para evitar vítimas civis em Mossul.
Com uma população de aproximadamente dois milhões antes da tomada pelo EI, Mossul tem de quatro a cinco vezes o tamanho de qualquer outra cidade recapturada das mãos dos militantes.
A ONU advertiu na semana passada que estava se preparando para o maior e mais complexo esforço humanitário na batalha pela cidade, o que poderia fazer até um milhão de desabrigados e alertou que cidadãos poderiam ser usados como escudos humanos.
O território controlado pelo EI continua diminuindo. Seu ?califado?, que se estendia por 90.800 km² no começo de 2015, abrange, hoje, 68.300 km² em Iraque e Síria, segundo a empresa americana IHS.