Cascavel – O Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) cumpriu ontem nove mandados de busca e apreensão em Cascavel, Medianeira e São Miguel do Iguaçu. Uma parte (três) foi cumprida nas secretarias de Agricultura, Finanças, Meio Ambiente e Obras Públicas da prefeitura cascavelense, mas todos se referem a duas denúncias envolvendo a administração Edgar Bueno.
Um dos inquéritos investiga supostas irregularidades na contratação de horas-máquina e o outro o suposto desvio de bens públicos, especialmente combustíveis e peças. A operação envolveu policiais de Cascavel, Guarapuava e Londrina e também chegou a quatro empresas de Cascavel, Medianeira e São Miguel do Iguaçu e à residência do agora ex-servidor Ivan Serafim Borges, o Sombra, que pediu exoneração do cargo ainda na manhã de ontem. Cópias de processos licitatórios e comprovantes de pagamentos e computadores foram apreendidos e levados para a sede do Gaeco para análise pormenorizada.
DETALHES
Todo o material apreendido vai ser analisado para a comprovação das denúncias, informou a promotora Juliana Stofela, que acompanhou toda a operação. Segundo ela, o Gaeco já fez algumas diligências nas estradas rurais para apurar as denúncias feitas pelo vereador Celso Dal Molin sobre supostas irregularidades na prestação do serviço de horas-máquina.
Em relação ao inquérito sobre suposto desvio de bens da prefeitura, a promotora confirmou que o servidor suspeito de participação no esquema é Ivan Serafim Borges, que seria sócio de uma empresa prestadora de serviços ao município.
Como mantinha em casa um colete balístico, Ivan foi conduzido até a 15ª SDP (Subdivisão Policial) para ser ouvido e depois liberado. Nos próximos dias ele e os demais denunciados serão convocados para prestar os devidos esclarecimentos.
CPI DA CÂMARA
A denúncia de irregularidades na prestação de horas-máquina está sendo investigada também por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada pela Câmara de Vereadores. Um dos casos mais emblemáticos é o da F.J. Cecchetto Terraplenagem, empresa que teria sede em Serranópolis do Iguaçu e venceu nada menos que 33 licitações de 2012 a 2015, num total de R$ 6,5 milhões.