RIO ? Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, fez um apelo nesta quarta-feira aos eleitores indecisos e aos que não pretendem votar em nenhum dos candidatos na disputa. A quatro dias do segundo turno, Marcelo Crivella (PRB) tem 46% das intenções de voto, contra 27% de Freixo, segundo a pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Datafolha. Brancos e nulos somam 19%, enquanto 8% não souberam responder.
? A grande disputa é no voto nulo. Os votos nulos vão decidir a eleição. Quem está votando nulo hoje está abrindo mão de decidir pelo Rio de Janeiro. Quem está votando nulo hoje vota no Crivella. Acho que se essa compreensão chegar no grande conjunto da sociedade, a gente pode mudar uma parcela significativa dos votos na reta final ? apostou Freixo.
O candidato do PSOL participa nesta noite de um comício na Lapa, região central da cidade. Freixo ainda não discursou. Parlamentares do PSOL e o vereador Reimont (PT) estão no palco, além do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. O antropólogo Luiz Eduardo Soares e a especialista em segurança pública Julita Lemgruber também participam do ato. Em conversa com jornalistas antes do evento, Freixo afirmou que a militância presente deve conquistar quatro votos por dia para reverter o quadro eleitoral. O candidato afirmou que precisa “acelerar” a campanha.
? São quatro dias para mudar quatro anos. Vale a pena. Se cada um que está aqui nessa Lapa lotada reverter quatro votos por dia a gente muda isso. Mas meu desafio vai ser maior, que eles mudem vinte votos por dia. A gente está crescendo, e o Crivella está caindo. A gente tem que fazer isso cruzar até domingo. Tem que acelerar a campanha, botar na rua. Está num crescente, e a confiança é muito grande.
O candidato disse que vai continuar explorando críticas ao adversário nas inserções a que tem direito na televisão.
? A gente tem proposta, mas é preciso que as pessoas conheçam o Crivella. Ele não vai a debates, entrevistas, não tem o mínimo de respeito pela democracia. A estratégia dele é simples: os fatos aparecem, ele foi preso, ele está na Lava-Jato. Ele não vai a entrevistas e debates para não ser questionado e, na televisão, ele diz que é tudo mentira. É uma estratégia covarde, de alguém que não tem a menor condição de governar o Rio de Janeiro dessa forma.
Freixo fez referência ao episódio revelado pela revista “Veja”, mostrando que Crivella foi preso em 1990 ao tentar retomar um terreno da Igreja Universal que havia sido invadido. O candidato também citou indiretamente a notícia publicada pelo colunista Lauro Jardim, do GLOBO, que revelou que Crivella foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Renato Duque em uma proposta de delação premiada. O candidato do PRB teria se beneficiado de recursos desviados da empresa em um esquema de caixa dois durante sua campanha ao Senado, em 2010.
Freixo também afirmou que o adversário “mistura política com religião” e disse que o projeto de poder de Crivella está atrelado aos interesses da Igreja Universal. O candidato do PSOL voltou a criticar a ausência de Crivella em debates e entrevistas e disse preferir que o adversário vá ao debate da TV Globo, marcado para sexta-feira.
? Acho melhor que ele vá em todo o debate. O debate é um direito que a população tem. Eu poderia estar na frente e iria