NOVA YORK ? O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou nesta terça-feira sobre o que chamou de uma catástrofe humanitária sem precedentes em Aleppo, na Síria. O chefe da organização pediu que a Rússia e os Estados Unidos alcancem rapidamente um acordo de cessar-fogo na cidade e em outros lugares do país.
A luta pelo controle de Aleppo se intensificou nas últimas semanas e reforça o drama da população local. A cidade sofre com a falta de alimentos, produtos básicos, luz, água e equipes médicas.
O secretário-geral também reiterou o pedido de uma trégua de pelo menos 48 horas em Aleppo. O principal objetivo é permitir a chegada de ajuda humanitária. Ban também pressionou Moscou e Washington a alcançarem rapidamente um acordo de cessar-fogo.
“Em Aleppo nós corremos o risco de ver uma catástrofe humanitária sem precedentes nos mais de cinco anos de sofrimento e derramamento de sangue no conflito sírio”, disse Ban ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em seu último relatório.
Aleppo é um dos bastiões dos rebeldes que tentam derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad. As forças do regime têm o apoio terrestre de milícias xiitas de países vizinhos e o apoio aéreo da Rússia.
Atualmente, centenas de milhares de civis estão bloqueados em Aleppo, sofrendo com a escassez de alimentos e produtos básicos. A Nações Unidas vêm alertando sobre a gravidade do drama humanitário na cidade. Na semana passada, os EUA e a França exigiram que a ajuda humanitária chegue a Aleppo antes de novas negociações de paz, de acordo com informações coletadas após uma reunião do Conselho de Segurança.
As forças de Bashar al-Assad se preparam para uma batalha crucial contra os rebeldes pelo controle da segunda maior cidade da Síria, localizada ao Norte do país. Ambos os lados têm recebido reforços significativos de homens e armas em Aleppo e seus arredores. Recentemente, os rebeldes quebraram o cerco imposto pelo regime às zonas sob controle rebelde na cidade dividida desde 2012.
Os rebeldes cercaram parcialmente os bairros pró-regime em Aleppo, antes de anunciar a sua intenção de tomar toda a cidade. Este seria o maior desafio do conflito que devasta o país há mais de cinco anos. O conflito na Síria já fez mais de 290.000 mortos, levados a fugir mais da metade da população.