CANAÃ DOS CARAJÁS, PARÁ ?- A inauguração do projeto de minério de ferro S11D da Vale, no Pará, neste sábado, terá várias baixas. O presidente Michel Temer não comparecerá ao evento por causa da chuva. A data da inauguração, prevista inicialmente para quarta-feira passada, havia sido remarcada a pedido do presidente, porque coincidia com o dia do anúncio das medidas econômicas. Temer queria fazer do projeto uma agenda positiva, num momento de forte crise econômica e política. O projeto é investimento de US$ 14,3 bilhões.
O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), também não deve vir à inauguração, pois seu filho, Alberto Jatene, foi preso nesta sexta-feira em operação da Polícia Federal. Ele é investigado de ter recebido R$ 750 mil em um esquema de corrupção envolvendo royalties da mineração, a chamada Cfem, no estado.
Pela manhã, integrantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam a estrada que dá acesso ao projeto, a VS-40, por cerca de três horas. A reivindicação é que os agricultores tenham a garantia de terras para cultivo na área de influência da Serra da Bocaina, no Pará, onde a Vale vai criar um parque como compensação ambiental pelo projeto S11D. A Polícia Militar desmobilizou a manifestação por volta das 8h.
O projeto inaugurado neste sábado é o maior de minério de ferro da história da Vale e da indústria mundial da mineração: a expansão do complexo de Carajás, no Pará, orçado em US$ 14,3 bilhões e que vai adicionar 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano à capacidade de produção da companhia, quando chegar a sua plena capacidade. Batizado de S11D Eliezer Batista, em homenagem ao ex-presidente da empresa, o projeto carrega outros marcos importantes. Por volta de 2019, o Pará deverá assumir a liderança na produção de minério de ferro da Vale, desbancando Minas Gerais, berço da mineradora. Na avaliação de especialistas, a situação criará novas demandas sociais e políticas com as quais a Vale e os governos locais terão de lidar.
(* A repórter viajou a convite da Vale)