RIO ? O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou nesta quarta-feira que as autoridades de Cuba lhe negaram um visto para uma visita a Havana. Ele viajaria para receber um prêmio em memória do disse cubano Oswaldo Payá. O governo também o proibiu de entrar com seu passaporte diplomático uruguaio, que não exige um visto para ingressar na ilha caribenha. Além de Almagro, o ex-presidente mexicano Felipe Calderón e a ex-senadora chilena Mariana Ayilwin ? filha do ex-presidente Patricio Aylwin ? também haviam sido proibidos, no dia anterior, de viajar a Cuba para o evento da ONG Rede Latino-americana de Jovens pela Democracia.
“Meu pedido de visto para o passaporte oficial da OEA foi negado pelo Consulado de Cuba em Washington”, declarou Almagro em uma carta à organizadora da premiação, Rosa María Payá, filha do dissidente Oswaldo Payá, que morreu em 2012.
O chefe da OEA receberia nesta quarta-feira o prêmio Oswaldo Payá em reconhecimento pela sua defesa dos direitos humanos e da democracia, como já havia afirmado um porta-voz da OEA. A um representante de Almagro, autoridades cubanas disseram que consideravam a sua viagem uma provocação inaceitável e condenaram a OEA por se envolverem em atividades de protesto ao governo cubano.
“Naturalmente, desejo seguir trabalhando no marco de cooperação estabelecido entre a Rede Latino-americana de Jovens pela Democracia”, disse, na carta, o chefe da OEA.
Em 1962, Cuba foi suspensa da OEA no apogeu da Guerra Fria e do seu enfrentamento ideológico com os Estados Unidos. A ilha se recusa a voltar a participar da organização, apesar de ter sido readmitida em 2009.
Desde que Cuba deixou a OEA, o único secretário-geral da organização a visitar a ilha cubana foi o chileno José Miguel Insulza. Ele esteve em Havana em 2014 para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).