SÃO PAULO – Martin Scorsese se rendeu às plataformas de streaming. Seu próximo filme, “The irishman”, será produzido e lançado pela Netflix. Inspirado no livro “I heard you paint houses”, de Charles Brandt, o longa vai contar a história do matador irlandês Frank Sheeran, que alega ter participação no desaparecimento do sindicalista Jimmy Hoffa, nos anos 1970.
No elenco, estão previstas as participações de Robert De Niro como Sheeran, e de Al Pacino no papel de Hoffa. Joe Pesci e Harvey Keitel, outros dois atores muito ligados a Scorsese, também estariam escalados.
Orçado em US$ 100 milhões, o projeto estava nas mãos da Paramount Pictures, um dos grandes e mais antigos estúdios de Hollywood. A produtora havia bancado os últimos quatro filmes do cineasta: “Ilha do medo” (2010), “A invenção de Hugo Cabret” (2011), “O lobo de Wall Street” (2013) e o ainda inédito (nos cinemas brasileiros) “Silêncio” (2016). Este último foi o menos rentável do grupo, tendo arrecadado menos de US$ 10 milhões, para um orçamento de US$ 40 milhões.
O fato de um diretor de primeira linha como Scorsese ter se rendido aos encantos da Netflix significa que a última barreira dos serviços de streaming pode estar com seus dias contados. Muitos grandes diretores evitavam a empresa, que nos Estados Unidos costuma lançar os filmes na plataforma ao mesmo tempo em que chegam nos cinemas, com medo de afastar o público das salas.