Cotidiano

Caso greve se confirme, Estado vai cortar salários

A alteração no sistema de distribuição das aulas normais e extraordinárias é um dos argumentos da APP-Sindicato para defender uma nova greve

Cascavel – Em Cascavel para visitar o Show Rural na companhia do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, o secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, foi taxativo ao ser questionado sobre a possibilidade de uma nova greve dos professores da rede estadual do Paraná, que vão deliberar sobre o assunto em assembleia neste sábado, na cidade de Maringá.

“Não cabe greve neste momento, mas se isso acontecer, quem não for trabalhar não vai receber salário”, advertiu Rossoni em entrevista coletiva na manhã de ontem, ressaltando que “o Governo do Paraná não tem máquina para fabricar dinheiro e está cumprindo suas obrigações rigorosamente dentro de suas possibilidades orçamentárias”.

Lembrando que “a população paranaense já deu a sua contribuição para que o Estado pudesse enfrentar a crise com o aumento do ICMS e do IPVA”, o chefe da Casa Civil convocou os servidores a “também darem a sua cota de sacrifício” porque o Estado está no limite do regime prudencial e não tem como atender aos professores neste momento sob pena de perder R$ 1,7 bilhão em recursos internacionais para investir justamente na educação, além da saúde e da infraestrutura.

VALORIZAÇÃO

A alteração no sistema de distribuição das aulas normais e extraordinárias é um dos argumentos da APP-Sindicato para defender uma nova greve a partir de 15 de fevereiro. “Há alguns que não aceitam, mas é importante para a educação do Paraná. Não existe mais aquela fórmula na qual alguns professores encontravam um jeitinho para resolver seus problemas individuais se ausentando do trabalho e prejudicando, com isso, aqueles que cumpriam a sua obrigação e que agora vão se sentir mais valorizados”, explicou Rossoni, garantindo que “não haverá injustiça na medida em que os casos pontuais serão resolvidos pelos Núcleos Regionais e pela Secretaria de Estado da Educação”.

VIÉS PARTIDÁRIO

“A APP tem um viés partidário. 100% dos seus membros são filiados ao PT e esse jeito preguiçoso do PT fazer a economia brasileira funcionar deu no que deu. É um jeito de só ter direitos e não ter obrigações”, afirmou Valdir Rossoni ao se referir à nova greve defendida pelo Sindicato. “Tenho certeza que o quadro de diretores da APP fosse mesclado com diferentes setores a sua conduta seria outra”, diz Rossoni.