BOGOTÁ ? A demora em dar sequência ao processo de paz entre governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) fez a guerrilha ameaçar atrasar a desmobilização de seus combatentes. A liderança das Farc exigiu avanços para libertar presos que serão contemplados por soltura imediata, suspender ordens de captura e aprovar a implementação do pacto.
? A Colômbia está fazendo um papel ridículo diante do mundo ? criticou em pronunciamento coletivo Iván Márquez, chefe negociador das Farc. ? É compreensível que ninguém se movimento se correr risco de ser detido.
Márquez disse que a burocracia entre o Estado e a Justiça estão dificultando o reagrupamento dos guerrilheiros em zonas de transição para deposição de armas, processo previsto para começar nesta terça-feira. Segundo Márquez, as áreas ainda não estão habilitadas para receber cerca de 8 mil insurgentes ainda na selva.
Segundo Márquez, as Farc esperam uma resposta rápida da Corte Constitucional para definir se será aplicado o mecanismo “fast track”, que diminuiria a burocracia e aplicaria com mais velocidade pontos do acordo como Justiça especial e integração da guerrilha como força política.
A discussão da Corte está previsto para pelo menos 12 de dezembro. Como o acordo foi referendado pelo Congresso no dia 1º, a guerrilha tem no máximo 30 dias para se concentrar nas zonas de desarmamento, e mais cinco meses para abandonar em definitivo as armas.
De acordo com a ONU, a saída das Farc de zonas que dominava fez com que crescesse a violência em zonas da selva. Pelo menos 52 homicídios de ativistas foram registrados entre janeiro e novembro, disse a entidade.
? O recente aumento da violência contra líderes sociais e defensores de direitos humanos contribui para o temor ? revelou o comandante guerrilheiro.