Não há nada tão ruim que não possa piorar. Diante de um rival que não tem
mais qualquer pretensão na Série B, ao Vasco bastava vencer para assegurar o
retorno à elite. Mas, em sua terceira e mais melancólica participação no
torneio, a agonia vai ser até o fim, literalmente. Isto porque, ontem, fora de
casa, a equipe de Jorginho conseguiu a proeza de perder para o Criciúma, por 1 a
0, e caiu da segunda para a quarta colocação.
Como desgraça pouca é bobagem, o Náutico, quinto colocado, ganhou do já
rebaixado Tupi, por 4 a 1, e está a apenas dois pontos do time de São Januário.
Com isso, sábado que vem, o Vasco precisa vencer, em casa, o Ceará, para sua
volta à Série A não depender de um tropeço do Náutico, em Recife, contra o
Oeste.
Autor do pênalti que deu a vitória ao time catarinense, Diguinho reconheceu o
erro ao fim do jogo:
? Quero pedir desculpas pelo pênalti, por ter falhado no lance. Assumo a
responsabilidade, deveria ter pensado um pouco mais. Espero que a torcida possa
compreender e lotar o estádio.
MARTÍN SILVA BRILHA
No início, o time de Jorginho deu
a falsa impressão de que dominaria o jogo. Aos seis, Andrezinho cobrou na trave
esquerda falta. Três minutos depois, o camisa 7 do Vasco voltou a assustar, ao
tocar por cobertura e Luiz espalmar para escanteio.
A partir dali, diante de um time
que tinha dificuldade na saída de bola e pouco criava, o Criciúma dominou. Aos
12, Jheimy cabeceou livre, na pequena área, para fora. Diguinho, aos 15, saiu
jogando mal, a bola sobrou para Roberto, que tocou na saída de Martín Silva, que
desviou para escanteio. Era a primeira providencial intervenção do camisa 1
vascaíno.
Aos 41, o goleiro uruguaio fez ótima defesa em cabeçada de Ianson. O
Vasco ainda voltou a assustar aos 46, em cruzamento de Douglas, que Thalles
chutou para defesa de Luiz.
LUAN EXPULSO
Ciente de que o time pouco produziu no primeiro tempo, Jorginho tirou um dos
três volantes e colocou Pikachu no intervalo. Mas, com Diguinho em branco, não
tem placar em branco. Logo aos seis, o experiente volante fez pênalti dos mais
infantis. Roberto ?agradeceu? e fez o gol.
Além dos próprios erros, o torcedor vascaíno também pode reclamar da falta de
sorte. Éderson, que entrara logo após o gol, no lugar de Júlio César, ficou
apenas três minutos em campo. Saiu lesionado.
Praticamente nos 30 minutos finais, o jogo foi um verdadeiro deus nos acuda,
com chances para os dois lados. Disparado o melhor do Vasco, Martín Silva evitou uma derrota mais elástica. Aos 17, ele
espalmou chute de Valdívia. Cinco minutos depois, o Vasco deu o troco, em falta
de nenê, que Luiz mandou para escanteio.
A equipe de Jorginho ainda assustou aos 34, quando, após escanteio da
esquerda, Madson ajeitou de cabeça e Rodrigo cabeceou no travessão. Foi o último
suspiro de um time que, mais uma vez, tropeçou nos próprios erros.
E Luan, que até outrora era tido como xodó da torcida, não só falhou, ao
fazer pênalti em Roberto, como acabou expulso e deve fazer muita falta na
derradeira partida contra o Ceará. Martín Silva ainda defendeu a cobrança.