Cotidiano

Em crise, Correios decidem acabar com e-Sedex

2016 918971646-2016 902297510-2015 791290560-2015 787083534-2015013083113.jp.jpgBRASÍLIA Mergulhados na maior crise financeira de sua história, os Correios decidiram acabar com um dos seus principais produtos: o e-Sedex. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o anúncio deve ser feito nos próximos dias. No entanto, a possibilidade de encerrar o serviço gerou reação entre os franqueados, que já preveem queda de receitas e prometem recorrer à Justiça para que o produto continue a ser comercializado. Correios 3011

O e-Sedex é um serviço dos Correios exclusivo para comércio eletrônico. Seu preço é quase igual ao de uma encomenda convencional, mas tem exatamente os mesmos os prazos de entrega do Sedex normal. O que difere é que a área de cobertura é restrita a algumas cidades e há o limite de peso de objetos postados ? de até 15 quilos.

Procurado pelo GLOBO, o presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, confirmou a medida. Disse que é uma das ações para sanear a empresa.

? O e-Sedex tem preço de PAC (serviço convencional) e qualidade de Sedex. Isso é ter a liberdade de ser solteiro com o conforto de casado ? disse o executivo.

FRANQUIAS DEFENDEM REAJUSTE DE PREÇO

No entanto, a ideia de cortar esse produto das prateleiras dos Correios fez com que os franqueados reclamassem. Segundo a Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost), o e-Sedex responde por 30% do faturamento das lojas.

? O que está deixando a gente assustado é que recebemos centenas de ligações de associados querendo saber o porquê de os Correios terem decidido acabar com o e-Sedex. Não sei responder. A gente está muito preocupado hoje com a possibilidade de o cliente ir para a concorrência ? disse Chamoun Hanna Joukeh, presidente da Abrapost.

Para ele, o ideal seria reajustar o valor do e-Sedex, e não acabar com o produto:

? Reajuste a marca e não jogue ela fora.

No entanto, o presidente dos Correios disse que a decisão está tomada. Os contratos com as lojas virtuais serão descontinuados, e postagens de encomendas pelo serviço não serão mais aceitas depois da virada do ano.

Procurado pelo GLOBO, os Correios informaram que as necessidades do e-commerce são atendidas por todos os serviços de encomendas e não apenas por esse serviço específico.

?Com a evolução do e-commerce brasileiro, todos os serviços de encomendas ? PAC, Sedex, Sedex 12, Sedex 10, Sedex Hoje e Logística Reversa ? passaram a ser utilizados pelos clientes para a entrega dos produtos adquiridos via web?, diz nota.