Cascavel – A estação mais quente do ano chegou nesta sexta-feira (22), desde as 00h27, e segue até o dia 20 de março de 2024. E o cenário não será tão novo assim! 2023 já está sendo considerado o ano mais quente de toda a história, desde de que existem os registros meteorológicos. A principal causa desses dias quentes se deve as consequências do “super El Niño”.
De acordo com o professor e agrometeorologista de Cascavel, Reginaldo Ferreira, as mudanças meteorológicas têm sido muito elevadas nos últimos 20 anos. “Por exemplo, as ondas de calor são um evento extremo que ocorria muito raramente entre 1900 a 1982, uma a cada cinco anos no Brasil. Já nos últimos 20 anos aumentou para cerca de uma a cada ano e, só nesse ano, já tivemos nova no Brasil”, detalhou.
Ferreira analisou ainda que durante este ano, as temperaturas no país bateram recordes e passaram de 40 graus em muitas cidades brasileiras, um deles, foi a sensação térmica que chegou a 59,3 graus em Guaratiba, no Rio de Janeiro. Por outro lado, ocorreu uma seca fortíssima no Amazonas, temperaturas altíssimas na região central do país e uma grande incidência de chuvas com grandes estragos na Região Sul do país, além de temporais e até de tornados, como o registrado no início de outubro em Cascavel.
Para o professor, a chegada do verão faz com que se abra a possibilidade de elevar ainda mais as temperaturas nos próximos 90 dias, além de maiores riscos de tempestades, granizos e vendavais, principalmente na Região Sul do país devido ao encontro das massas frias e quentes. “Isso não significa dizer que não teremos anos ainda mais quentes daqui para frente, devido a modificação do clima global e isso é preocupante”, destacou.
Simepar
O meteorologista Reinaldo Kneib do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), também reforçou, ontem (21) que o verão será marcado pela a influência do El Nino, que continua bastante ativo no Oceano Pacífico e com “intensidade máxima”, o que acaba mantendo o esse regime de chuvas e de altas temperaturas e, com a chegada do verão, podem ser ainda mais fortes.
Sobre as chuvas, Kneib falou ainda que a primavera foi um trimestre com muitas chuvas, mas já para o verão, o El Niño não interfere tanto no comportamento como o já registrado na primavera. Diante deste cenário, a previsão é que as chuvas acompanhem a média histórica em grande parte do estado. “É natural as chuvas típicas da estação, devido ao aquecimento rápido, principalmente no período da tarde, mas não devemos ter volumes expressivos como registrados na primavera, principalmente como as registradas em outubro”, reforçou.
Previsão diária
O monitoramento constante das condições meteorológicas e a emissão de avisos de curto prazo são importantes e nas redes sociais do Simepar, está disponível a previsão do tempo diária. Em www.simepar.br pode ser acessada a previsão para até 15 dias por município, com indicadores das condições do tempo, temperaturas do ar mínimas e máximas, probabilidade e volume de chuvas, intensidade e direção dos ventos, sensação térmica, umidade relativa, visibilidade e pressão reduzida, além dos dados sobre o nascer e o pôr do sol e da lua.
Os avisos sobre a iminência de eventos severos são emitidos pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e são enviados a interessados por celular. O cadastramento pode ser feito em www.defesacivil.pr.gov.br, na aba Cidadão.
Foto: Secom
