Cotidiano

FOZ: professores cruzam os braços a partir do dia 16

FOZ: professores cruzam os braços a partir do dia 16

Quase 400 profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu votaram a favor de iniciar greve nas escolas e Cmei´s a partir do dia 16 de outubro. Eles se reuniram em Assembleia Geral na noite de ontem (28), na Escola Municipal Ponte da Amizade. Além da greve, os professores e demais profissionais aprovaram paralisação no dia 5 de outubro (quinta-feira), com protesto em frente à prefeitura de Foz. A categoria está em estado de greve há oito meses, em busca de avanços nas negociações de correções salariais, reconhecimentos por avanços relacionados à formação e melhores condições de trabalho.

“Tivemos muitas reuniões com o prefeito Chico Brasileiro e com secretários para que os direitos dos profissionais sejam cumpridos, mas os avanços são muito lentos, a categoria não aguenta mais esperar”, informa Viviane Dotto, presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi). Os profissionais gritaram: “Greve!”, “Greve!”, “Greve!”, por diversas vezes durante a assembleia. O descontentamento inclui falta de professores, o que gera sobrecarga de trabalho nas unidades; melhoria das condições de trabalho; apoio profissional para alunos com laudos de saúde mental e física, além de formação para os profissionais que realizam o acompanhamento; e manutenção dos repasses para a Foz Previdência.

A prefeitura ainda não pagou o residual de 5,21% de reposição referente à data-base (2022/2023), negociação que sempre ocorre em maio e atualiza o valor dos salários e as condições de trabalho. Está pendente a implantação do percentual de 4,89% de reajuste do Piso Nacional do Magistério de 2022. Também não foram pagos os avanços salariais que os profissionais da educação conquistam quando apresentam à prefeitura diplomas de formação profissionais, incluindo cursos, graduação, especialização, mestrado – isso desde 2022. Em reunião realizada esta semana com a secretária de Administração, Eliane Dávilla Sávio, e com o secretário de Governança e Transparência, Nilton Bobato, a informação repassada é de que esses atrasados não serão pagos este ano. “Apesar de não termos boas notícias, mantemos o diálogo”, afirmou a secretária de administração.

Houve ainda outra notícia que deixou os educadores mais indignados: a prefeitura não irá pagar, este ano, o que prometeu aos profissionais da Educação Infantil que contribuíram para a conquista do Prêmio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2022. Além disso, a prefeitura também não cumpriu com o pagamento para os professores do Ensino Fundamental que se aposentaram antes da publicação do resultado do IDEB, referente ao ano de 2021. Foz do Iguaçu atingiu nota 6,7 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2021, o melhor resultado entre as cidades paranaenses com mais de 200 mil habitantes.

Comunidade Escolar

Com a decisão de entrar em estado de greve oito meses atrás, informando a prefeitura de Foz sobre o descontentamento coletivo, os profissionais da educação de Foz emitiram um alerta ao poder público e à comunidade escolar. Depois de diversas tratativas e reuniões com os representantes do poder executivo municipal, inúmeras propostas foram apresentadas e recusadas. “Queremos comunicar os pais e responsáveis pelas crianças das nossas escolas e CMEI´s que nós tentamos de tudo,  mas que estamos esgotados, com perdas financeiras significativas e muitos profissionais estão com a saúde mental afetada”, ressalta Viviane Dotto.

Segundo a presidente do Sinprefi, apesar do desgaste, sempre foi primordial manter a qualidade no ensino, em respeito à comunidade escolar e aos princípios éticos da profissão. O Sinprefi representa a maior categoria dos servidores do município, composta por quase 3.000 professores e profissionais da educação.

 

Fonte: Assessoria Sinprefi