Policial

Presos de alta periculosidade são trazidos de volta ao Brasil

Jackson e Marcos foram detidos durante uma operação da polícia paraguaia juntamente com outros dois brasileiros

Cascavel – Uma verdadeira operação de guerra foi montada ontem por forças policiais do Brasil e do Paraguai para a transferência de dois presos considerados de alta periculosidade. O Aeroporto Municipal de Cascavel foi a “ponte” para que Jackson Peixoto Rodrigues e Marcos da Silva Oliveira fossem trazidos de volta ao País, onde foram encaminhados, respectivamente, para Catanduvas e Porto Alegre (RS).

O Poder Judiciário paraguaio decretou a expulsão dos dois brasileiros, ambos foragidos da Justiça do Rio Grande do Sul. Nego Jackson, como é mais conhecido no mundo do crime, e Marcos foram presos no último dia 12 na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Juntos, os dois possuem 12 mandados de prisão em aberto pela prática de crimes de homicídio expedidos pela comarca de Porto Alegre.

“Este foi um trabalho integrado das polícias do Rio Grande do Sul e do Paraná, da Polícia Federal e da Polícia Nacional do Paraguai. É um trabalho desenvolvido desde o ano passado, quando prendemos um líder de facção no Paraguai. Desde então intensificamos as ações, resultando nestas prisões”, explicou o delegado Rodrigo Bozzetto, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações) gaúcho.

Jackson e Marcos foram detidos durante uma operação da polícia paraguaia juntamente com outros dois brasileiros, estes acusados de homicídios no país vizinho. Eles portavam identidades falsas, mas, devido à troca de informações entre as polícias brasileira e paraguaia, foi possível constatar que dois eram foragidos da Justiça do Rio Grande do Sul.

“Este foi um caso de maior repercussão, mas temos diversos casos em andamento e alguns solucionados em conjunto com a polícia do Paraguai. Em específico, temos um investigador que faz esse elo com a polícia paraguaia e que estava presente no momento da identificação e da prisão desses suspeitos”, esclareceu o delegado-chefe da 6ª SDP (Subdivisão Policial) de Foz do Iguaçu, Alexandre Macorin.

“Aqui não é local para criminoso se esconder”

Para o delegado-chefe da Delegacia de Polícia Federal de Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon, a prisão desses criminosos e a posterior transferência para o Brasil só foi possível graças uma troca de informações rápida e dinâmica entre autoridades dos dois países. Ainda segundo ele, a ação conjunta é uma mensagem aos marginais de que “Brasil, Paraguai e Argentina não são locais para criminosos se esconderem”.

“Esses criminosos esperavam ter uma base no Paraguai e lá atuarem tranquilamente, mandando armas e drogas para o Brasil. O Ministério Público e o Judiciário paraguaios fizeram o processo de expulsão deles para o Brasil, que é muito mais célere que a extradição. Quero agradecer às autoridades paraguaias por essa agilidade e preocupação para que as facções criminosas brasileiras não comecem a se deslocar para aquele país”, pontuou.

Bordignon salientou a importância deste intercâmbio. “Se o crime é cada vez mais transnacional, as polícias têm que superar suas fronteiras territoriais. Esta ação é resultado prático de integração entre as polícias. Tivemos um trabalho muito importante da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do Paraná, e da Polícia Federal, que disponibilizou essa questão do transporte”, afirmou.

O representante paraguaio do Comando Tripartite, Javier Flores, também destacou o sucesso alcançado pela ação conjunta. “Vejo como altamente positivo que esse intercâmbio dinâmico pôde dar um feliz resultado, que foi de devolver ao país de origem estes dois suspeitos para que possam responder seus respectivos processos e suas faltas perante a sociedade”, disse.