SÃO PAULO ? A votação do impeachment colocou investimentos em compasso de espera, segundo 48% dos executivos ouvidos em pesquisa da Câmara Americana de Comércio (Amcham). Na percepção de 67% deles a maior confiança no cenário político e econômico ocorrerá depois da implementação das reformas e ajustes prometidas pelo governo interino. Para 24%, porém, o afastamento da presidente Dilma Rousseff já foi suficiente para o início da retomada da economia.
A pesquisa foi feita com 155 executivos do departamento financeiro das empresas. Quando questionados sobre a expectativa para 2017, a maioria (73%) acredita que haverá melhoria dos índices de consumo e produção. Para 22%, a incerteza perdura, com agravamento da crise no próximo ano.
Ajuste nas contas públicas é prioridade
Para 83% dos entrevistados, o ajuste nas contas públicas deve ser a prioridade do novo governo. A reforma trabalhista foi citada por 6% dos executivo, mais diálogo público-privado, por 5%, e a reforma da previdência pelos outros 2%.
O fator político é apontado por 65% dos executivos como causador da crise.
Os principais motivos de preocupação nas empresas são: consumo em baixa (39%) ; possibilidade de aumento de impostos (17%); inadimplência alta (14%); câmbio volátil (13%); e crédito escasso (5%).