Cotidiano

Caiado diz que PT e PMDB terão que explicar ?acordão?

BRASÍLIA ? O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse nesta quinta-feira que os líderes do PMDB e do PT terão que explicar o ?acordão? entre PMDB e PT quanto à decisão do Senado de manter os direitos de Dilma Rousseff. Mostrando a falta de sintonia dentro da base de Temer, Caiado reafirmou a posição de ontem de não entrar com ação, depois de ouvir constitucionalistas como o próprio ex-ministro do Supremo Sydney Sanches, que comandou o impeachment de Fernando Collor, em 1992.

Caiado criticou o que chamou de ?acordão entre PMDB e PT? para livrar Dilma da pena de ficar impedida de ocupar cargos públicos e sinalizou que isso pode ajudar futuros políticos condenados. O deputado Eduardo Cunha será julgado no próximo dia 12.

Caiado disse que manterá um ?apoio crítico? ao governo de Michel Temer.

? A minha posição será sempre de independência crítica. Um apoio crítico. É importante que o governo Temer não desvie da sua tora. Depois de ter feito acordo no Senado a Câmara também não poderia reeditar a mesma manobra? As lideranças do PT e do PMDB terão que explicar esse acordo ? disse Caiado.

Antes da decisão dos tucanos, o senador acatou os argumentos de outros caciques do DEM e do PSDB de que não devem recorrer ao Supremo.

? Ninguém estará tomando uma decisão do ponto de vista emocional. Houve uma reação de todo e qualquer brasileiro foi de reagir àquela manobra. Com 22 anos no Parlamento, nunca vi mudar com um destaque a Constituição. Depois de ouvir as grandes cabeças, decidimos que não vamos tomar nenhuma atitude que coloque em risco de ver anulada uma votação (do impeachment) e ter que repeti-la ? disse Caiado.

Os juristas ouvidos pelo DEM apontaram na direção de que a última instância seria o plenário do Senado e que o embate teria que ter sido feito na sessão de quarta-feira.