Opinião

Coluna Juliano Gazola - Do suplício à alegria

Coluna Juliano Gazola - Do suplício à alegria

Existem leituras sérias que exigem esforço adicional para o pleno entendimento.

Há inimigos do desenvolvimento humano por todos os lados, como a falta de acesso a livros, falta de tempo, falta de incentivo, problemas de aprendizado e distrações diversas.

Realmente impactam o seu desenvolvimento intelectual. Contudo, gostaria de propor uma reflexão mais adentro dos inimigos de uma boa leitura.

Um leitor relaxado demais é aquele que busca na leitura uma forma de fugir da realidade, de fugir dos seus próprios problemas, vive escapando do mundo real.

Veja bem, a leitura de maneira alguma é uma alternativa para você fugir da vida. É exatamente o contrário, ela existe para fazer parte do seu dia a dia, para que lhe auxilie e lhe dê força para o enfrentamento das suas expiações, do caos que muitas vezes se apresenta no dia a dia.

A maturidade por exemplo, pode ser conquistada de diversas formas e, uma delas esta na leitura. Agregando ainda, na somatória da experiência.

Existe outro inimigo ativo na leitura, aquele leitor pretensioso. O que é isto de fato?

É aquele perfil de pessoa que para ler algo mais elaborado, como os clássicos irá primeiro aprender o idioma original do livro. Acredite, tem gente assim mesmo.

Ter tudo em mãos para aprimorar a experiência de leitura pode trazer consequência pesada.

Pode jogar fora algo muito importante, o prazer da leitura que deveria ser o conceito central para todo ser humano.

É um grande desafio, manter a leitura no âmbito do prazer. O pretencioso mantém bem longe este life style, pois tornará a leitura em sacrifício.

O código importante na leitura de livros mais profundos é entender que nelas há experiência de vida e não é necessário você esquecer da sua vida para lê-lo.

Eu mesmo procuro alterar as estratégias para dar conta de ler. Estratégias que irão manter-me no prazer e não no sacrifício.

Será que você possui uma experiência chata com a leitura e como avançar para obtermos uma postura adequada?

Começo lhe perguntando, você já largou um livro pela metade?

Muitas vezes não temos maturidade para ler determinada obra e ela nos parece chata. Muitas vezes o livro é, de fato, chato, e nenhuma maturidade do mundo vai torná-lo legal.

Algo esta muito errado, quando quase nunca você consegue terminar um livro. Você pode estar esperando que este livro o entretenha, o distraia da sua vida real ou você se decepciona, pois, o livro está lhe mostrando experiências de vida que você não possui.

Podemos somar o fato de você ser presunçoso, especialista demais e busca transformar o prazer em suplício.

A experiência muito se adquire com a prática e, para transformar sua vida leve, quando o assunto é leitura, devemos eliminar alguns hábitos.

Quando você escolhe um livro, escolhe os mais clássicos, como Homero, Dostoiévski, Shakespeare ou algum mais brando que você já conhece.

Será você aquele que entra no site de compras, pesquisa o livro mais vendido ou aqueles mais badalados das redes sociais, tipo “instapoetas”?

Você se depara com um livro com referências que está difícil de entender e, imediatamente você vai no dicionário para compreender melhor? Ou já procura um curso EAD na Universidade de Stanford?

Se em algum livro você se depara com descrições, citações que chamam sua atenção, você marca a página e reflete sobre a relação do trecho com sua vida? Ou acha que marcar um livro é um crime inafiançável?

Dependendo da sua escolha, estará mais próximo de abandonar todo bom livro que chega até você! Pense nisto!

E qual é a solução, de uma vez por todas para isto. Quando ler, procure relacionar o personagem com você ou com pessoas que você conhece, vinculando a história narrada com algo que você já viveu.

Faça anotações no livro sem dó, ele está a seu serviço! E se decidir abandonar um livro, escreva em algum lugar o motivo que o levou a fazer isto!

Em breve, você será um melhor leitor.