Cotidiano

Carlos Gomes: veículos vão ‘disputar’ espaço com novos abrigos de ônibus

Carlos Gomes: veículos vão ‘disputar’ espaço com novos abrigos de ônibus

Cascavel – Para conseguir encerrar o contrato e a verdadeira “novela” que se arrasta desde fevereiro de 2020, que é a instalação dos novos abrigos de ônibus de Cascavel, a decisão sobre uma pequena quantidade na reta final dos trabalhos pode chamar a atenção de passageiros, moradores e dos motoristas. Como parte dos novos abrigos estava previsto para a ‘nova’ Avenida Carlos Gomes, que ainda não foi licitada, os abrigos serão instalados na área de estacionamento da via, disputando o espaço com os veículos o que pode piorar ainda mais o trânsito que já é bem complicado na principal artéria de ligação do centro com a Região Sul da cidade.

Desde o anúncio da discussão sobre a remodelação da Carlos Gomes, o pedido da comunidade é para que as intervenções promovam fluidez e segurança, tornando o trânsito flua ágil, reduzindo o tempo de deslocamento dos condutores e também dos ônibus do transporte público, já que grande parte das linhas que passam pela a Carlos Gomes, tem como destino o Terminal Sul, no Bairro Universitário, percorrendo praticamente toda a via.

Sandro Rocha Rancy, secretário da Sesop (Secretaria Municipal de Serviço e Obras Públicas), disse que a decisão foi tomada durante a audiência pública na qual foi apresentado o formato do projeto da “nova Carlos Gomes”. O Município tinha a intenção inicial de deixar a via apenas em um sentido, implantando binário com a Rua Alexandre de Gusmão, mas diante da negativa da comunidade que esteve presente da audiência, foi optado por manter a via em dois sentidos, alterando algumas decisões.

Instalação provisória

Entre as decisões, então, está a instalação dos novos abrigos e assim que a Sesop definir o local, a empresa iniciará a colocação. Segundo o secretário, depois que a obra da avenida for licitada e os trabalhos iniciados, os abrigos terão que ser realocados para outros espaços, já que a instalação nesse momento tem como objetivo acelerar a finalização do contrato com a Construtora Guilherme.

Conforme Rancy, assim como na Carlos Gomes, a mesma situação vai ocorrer na Avenida Piquiri, via que também está na lista para receber os novos abrigos, mas que será remodelada e, durante as obras, também será necessário fazer a mesma realocação das estruturas que agora serão instalados em local provisório. “É um contrato demorado, mas que precisamos terminar. Não podemos esperar terminar as obras que ainda nem começaram para terminar esse contrato que se arrasta há anos”, definiu.

Para conseguir concluir a instalação, o prazo da empresa para encerrar as obras foi dilatado em mais seis meses, passando de fevereiro para agosto deste ano. Do total de 815 abrigos, grande parte já foi instalada, faltando apenas 147 unidades, porém, ainda falta definir o local para 107 abrigos o que de acordo com o secretário, deve ser feito até o fim desta semana, já que eles aguardam a definição por parte da Transitar.

“Eu não quero”

O secretário da Sesop relatou que outra situação que acabou atrasando ainda mais a finalização dos trabalhos é a reclamação dos próprios moradores, que querem o abrigo perto da sua casa, mas não na frente das suas residências. “Tivemos mais de 50 pedidos intermediados até por vereadores de moradores que não querem o abrigo, reclamam e nesse caso, precisamos demandar esforços para tentar negociar ou definir um outro local, mesmo lembrando que a calçada é um espaço público e não do morador”, reforçou o secretário.

O proprietário da Construtora Guilherme, Marco Antônio Guilherme, disse que aguarda a lista dos locais dos 107 abrigos e que, em seguida, querem terminar a instalação dos abrigos. Sobre a reclamação dos moradores e comerciantes quanto ao local dos abrigos, Guilherme confirmou a situação que atrasa – e bastante – a colocação. “Dependemos agora do Municípios nos indicar os locais para terminarmos a colocação”, falou.

O valor total do contrato é de cerca de R$ 17 milhões, mas já sofreu vários realinhamentos devido à alta dos preços. A obra é financiada pela a Caixa Econômica Federal, com recursos do FGTS e que tem 5% de contrapartida do Município de Cascavel, para a instalação de todo o conjunto desde a construção da base, calçada e das rampas de acesso.

E como fica o transporte público?

Sobre a colocação dos abrigos na pista, na área de estacionamento, a presidente da Transitar, Simoni Soares, disse que a demanda não passou de forma administrativa pela a autarquia e está sendo tratada diretamente pela a Sesop e pelo o IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), que “tem autonomia para tomar esse tipo de decisão”, mas que nesse caso, não pode trazer prejuízos para o sistema de transporte público.

Foto: Vandré Dubiela/O Paraná